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Notícias | Região Esporte

Aos 12 anos, lutadora de Canoas esbanja força no tatame e coleciona medalhas

Alanis "Tourinho" Macedo Santos é atleta de jiu-jítsu

Publicado em: 11.08.2019 às 10:39 Última atualização: 11.08.2019 às 10:39

PAULO PIRES/GES
INSPIRAÇÃO: com o destaque de Alanis (E) na arte marcial, a irmã caçula segue seus passos
A família inteira luta. A diferença é que Alanis "Tourinho" Macedo Santos, 12 anos, vai para o tatame competir. Nos bastidores, a mãe dela, Nádia Macedo, 40, trabalha como empregada doméstica. O pai, Luciano dos Santos, 39, era do almoxarifado de uma empresa, mas foi demitido recentemente. Há um ano e meio, o casal luta com um adversário poderoso, a falta de recursos financeiros, para garantir que a filha seja mais que uma promessa do jiu-jítsu.

Apesar dos ótimos resultados de Alanis, não apareceram patrocinadores até o momento. A paixão pelo esporte, a busca pelo lugar mais alto do pódio, já inspirou a caçula Cíntia Macedo, irmã de Alanis, que enveredou para o jiu-jítsu e tem feito bonito. "Tourinho" e a família moram no loteamento Porto Belo, no Harmonia. A técnica e a força da guria impressionaram desde cedo os primeiros treinadores: Alanis tem 52 quilos e 1,60 de altura de muita valentia, diz até que prefere adversárias mais altas e mais fortes. "Eu estou acostumada a lutar com gente mais pesada, prefiro que sejam mais fortes que eu", desafia Tourinho. "Se for mais pesada, a lutadora não vai ter a mesma velocidade que eu, e vou poder me movimentar melhor que ela."

MEDALHAS

Quando veio ao jornal com o pai e a irmã, Alanis trouxe o cinturão e a coleção de medalhas, que de tantas, ficaram tilintando no pescoço dela. A guria começou a se destacar tanto que o primeiro treinador, Vinicius Silva, com muita generosidade, sugeriu que a garota buscasse uma academia maior para que que todo o potencial dela viesse para fora.

Não deu outra. Em 2019, ela se tornou Top Ranking no RS Copa Prime. Foi campeã sul-americana oficial Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ), no RJ. "A gente teve que vender a moto para fazer a viagem", lembra a mãe. "Fiz um curso de staff e assim posso trabalhar nos campeonatos nos bastidores quando acompanho Alanis." Na última semana "Tourinho" foi vice mundial pela CCJJE (esportivo) em SP. "Conseguimos juntar recursos porque organizamos uma rifa", lembra Nádia. "Tinha dez meninas na chave dela, foram quatro lutas, ela lutou numa categoria acima, perdeu no detalhe para uma guria bem mais forte."

Todos em casa são fãs do jiu-jítsu, mas só as gurias vão para o "fight". O pai salienta que Alanis é boa aluna e não arranja confusão. "A Alanis está na sexta série no colégio Max Oderich, ela é uma menina conforme a idade dela, uma das aplicadas", orgulha-se. "Nunca fui chamado na escola, na entrega dos boletins, as professoras dizem que a gente nem precisa ir. Quando a Alanis foi lutar em abril, pedimos dispensa, e ela recuperou as aulas." E o medo de ver a filha se machucar? "Acho que mais perigoso até é o judô, por causa das quedas", opina a mãe. "No começo eu tinha medo, mas pensava nela aprender a se defender, como mulheres. Aí a Alanis se destacou e competiu, hoje é a nossa vida lá em casa, é o que as nossas filhas mais gostam de fazer."

Quem tiver interesse em patrocinar Tourinho, basta contatar a família pelo 99788-0290.

 

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