Saiba quando e como sacar o FGTS, abono do PIS/Pasep e antecipação do 13º de aposentados

R$ 52 bilhões devem ser repassados aos brasileiros com essas medidas

        Por Bianca Dilly

 

"É um dinheiro que vem em boa hora." "Mesmo que não seja muito, sempre ajuda." E principalmente: "Vai ser bom para pagar umas dívidas." São algumas das frases que mais se ouve após os anúncios de liberação dos 500 reais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), do abono do Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep), além da antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas. Os valores, esperados pelos trabalhadores, são considerados um extra e também possibilitam injeção de dinheiro na economia. A expectativa é de que R$ 52 bilhões sejam repassados aos brasileiros com essas medidas.

De acordo com o economista Ricardo de Souza Leão, o dinheiro extra faz bem para o cidadão e para a economia. "O trabalhador vai ter acesso a uma parcela que é de seu direito, vai ajudar na parte financeira e em termos e consumo. Para a economia, ajuda a minimizar os problemas, porque estamos em um momento difícil, em que a inadimplência está muito alta", descreve.

O doutor em Economia Cristiano Costa, da Unisinos, também faz uma avaliação positiva dos anúncios. "Essas três medidas caminham na mesma direção, que é tentar fazer com que algum recurso circule. As quantias já são de propriedade do trabalhador e a ideia é que fiquem na mão dele, que, depois, decide se vai continuar poupando ou se vai consumir aquele valor", explica.

 

O que fazer com o dinheiro?

Foto por: Alan Machado/GES
Descrição da foto: FGTS: distribuição dos valores é esperada pelos brasileiros
Para Leão, no caso do FGTS, a melhor alternativa é sacar o dinheiro. "A minha orientação é de que vale a pena sacar. É muito melhor do que deixar de usar esse benefício", pontua. Com o recurso em mãos, o especialista é direto: quem tem dívidas deve buscar saldá-las ou reduzi-las. "O cartão de crédito e dívidas bancárias, como o cheque especial, têm juros bem altos, que podem ser minimizados com esse valor", acrescenta.

A avaliação de Costa é de que a maior parte dos benefícios será usada justamente para tirar o nome do vermelho. "Acreditamos que em torno de 70% do valor a ser sacado do FGTS será usado para o pagamento de dívidas. Dentro desse grupo, há um conjunto de pessoas que têm dívidas pequenas, mas o que as complica é a questão de estarem inadimplentes, com o nome sujo", ressalta. Caso a pessoa não tenha contas em aberto, o economista frisa que cada situação deve ser avaliada individualmente. "Se a pessoa é disciplinada com sua vida financeira, pode sacar, colocar em um fundo de investimento, título de tesouro, investir esse valor. Pode usar da melhor maneira que avaliar. Já se ela não for disciplinada, é melhor não sacar, pois, quando precisar, sabe que ele vai estar lá", especifica, complementando que, para a questão dos investimentos, é recomendado aconselhamento do gerente da conta para decidir qual é a melhor alternativa.

 

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Foto por: Alan Machado/GES
Descrição da foto: O que fazer com o FGTS

Fique por dentro da liberação do PIS/Pasep

A liberação do dinheiro para os cadastrados no PIS considera a data de nascimento. No caso do Pasep, o calendário é definido pelo dígito final do número de inscrição. Os trabalhadores que nasceram entre julho e dezembro receberão o abono do PIS ainda este ano. Já os nascidos entre janeiro e junho terão o recurso disponível para saque em 2020. Recebem também este ano os servidores públicos cadastrados no Pasep com dígito final do número de inscrição entre 0 e 4. Os registros com final entre 5 e 9 receberão no próximo ano. A data para o fechamento do calendário de pagamento do exercício 2019/2020 está prevista para o dia 30 de julho de 2020.

O pagamento do abono salarial referente ao PIS será feito pela Caixa em suas agências em todo o País; e o abono do Pasep será pago no Banco do Brasil. Para ter direito ao abono salarial do PIS/Pasep, é necessário ter trabalhado formalmente por pelo menos 30 dias em 2018, com remuneração média de até dois salários mínimos. Além disso, o trabalhador deve estar inscrito no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos e ter seus dados informados corretamente pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Além do abono, a partir de hoje, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil vão começar a pagar os recursos das cotas do PIS/Pasep. Somente tem valor a resgatar quem trabalhou com carteira assinada na iniciativa privada (PIS) e no serviço público e militar (Pasep) entre 1971 e 4 de outubro de 1988 e ainda não sacou a quantia (no caso do PIS). Mais informações no site da Caixa (clique aqui).

 

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