Um musical estrelado por crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) deverá lotar o Teatro Feevale no dia 1o de setembro, às 19 horas.
O projeto Uma Sinfonia Diferente RS, criado em 2015 pela musicoterapeuta Ana Carolina Steinkpopf, consiste de uma metodologia inovadora para trabalhar e desenvolver a linguagem e a interação social das pessoas com autismo, promovendo saúde e bem-estar.
A edição gaúcha do espetáculo é coordenada pela musicoterapeuta e cantora e compositora da banda 50 Tons de Pretas, Graziela Pires.
Dos 1,8 mil ingressos, que devem ser retirados antecipadamente na bilheteria do teatro, restam apenas 100. A entrada é franca, porém se pede a doação espontânea de um quilo de alimento não perecível, que será recebida pelo Bando de Alimentos no acesso ao teatro na noite da apresentação.
“O nosso espetáculo é poder mostrar que cada um, mesmo tendo um comportamento diferente, sensibilidade diferente, pode estar no mesmo espaço. Precisamos acolher a maneira de cada um estar no mundo”, comenta Graziela.
PARA TODOS
O musical, com uma hora de apresentação, será para os familiares e comunidade. No palco estarão crianças e jovens autistas, equipe de voluntários, estudantes da Universidade Feevale, Faculdades EST e Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH), atuantes no projeto, equipe terapêutica e administrativa, além de uma banda especialmente formada para a ocasião, com artistas convidados e pais. Na direção cênica, Carlos Alberto Klein, da Curto Arte, além da participação especial da atriz Deborah Finocchiaro e do Coro Infanto - juvenil do Movimento Coral Feevale.
Qual a proposta do musical?
Graziela Pires - O musical é uma parte importante do nosso processo terapêutico, que é uma apresentação pública. Vamos mostrar o que estamos desenvolvendo nos seis meses de trabalho terapêutico de musicoterapia.
Qual o resultado obtido com o projeto?
Graziela - A gente conseguiu atingir as nossas expectativas, que era poder desenvolver essas crianças na perspectiva da linguagem, da comunicação e da interação social. Agora estamos nos ensaios gerais, com os 32 autistas no palco juntos. A gente percebe que conseguiu atingir a meta, onde todo mundo se tornou um único grupo que consegue trabalhar junto, cada um nas suas especificidades, uns no ritmo mais acelerado, outros num rimo mais lento, mas todos juntos na música.
Como será a apresentação?
Graziela - Ao longo dos seis meses, trabalhamos diferentes técnicas de musicoterapia e canções. Fomos selecionando aquelas que a interação e a linguagem aconteciam de forma mais harmônica. Dentro dessas canções, selecionamos algumas conhecidas do público. A temática deste musical é o trem, que acabou sendo uma das músicas que sempre nos guiou para entrar e para sair do teatro. O público pode esperar uma troca de afeto, de olhares, uma expressão corporal, guiada pela música. No palco serão em torno de 100 pessoas, entre voluntários, crianças e equipe.