A mulher suspeita de atirar contra um haitiano na tarde de terça-feira (20) dentro da casa dela, no bairro Santa Tereza, em São Leopoldo, deverá ser ouvida pela polícia ainda nesta semana. O caso, registrado inicialmente na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) como disparo de arma de fogo, será investigado pela Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP). De acordo com o titular da DPHPP, o delegado Ivair Matos Santos, agentes da especializada também já estiveram no Hospital Centenário, onde o homem ferido seguia internado até a tarde desta quarta-feira (21) em estado estável, para ouvi-lo informalmente. A arma usada no crime, um revólver calibre .38 foi apreendida.
O fato aconteceu por volta das 13h20 de terça na Rua Estrela. De acordo com o boletim de ocorrência o haitiano teria forçado a entrada na casa pulando uma grade de ferro e jogando pedras contra a residência, danificando portas, janelas e paredes. A intenção do homem, segundo a ocorrência, era buscar o filho dele, de 3 anos, do qual havia perdido a guarda em processo judicial. A mulher, que estaria sozinha da casa com a criança teria pego a arma do marido, um tenente aposentado da Brigada Militar e atirado, uma vez para advertir o haitiano. O disparo não teria surtido efeito e no momento em que o homem arrombou a porta, segundo a ocorrência dizendo que a mataria e indo em direção a ela. A mulher então teria disparado outras quatro vezes, dessa vez contra o homem o acertando com, pelo menos dois tiros, no abdômen e na perna. Socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Centenário, o ferido passou por cirurgia na casa de saúde.
Secretária-adjunta de Desenvolvimento Social (SDS), Carolina Cerveira confirmou que a criança, filho do haitiano, passou por acolhimento institucional em São Leopoldo, tendo sido retirado da família por questões de negligência. Conforme ela, a mulher e o policial militar aposentado, com quem o menino morava atualmente tinham ganhado a guarda da criança na última semana.
O Jornal VS não está divulgando a identidade dos envolvidos para não identificar o menor de idade, respeitando o artigo 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que determina que: "O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais".