Pelo menos dois alertas já foram feitos aos agentes da 2ª Delegacia de Polícia de Cachoeirinha com informações de possíveis suspeitas de serem a mãe do bebê encontrado esquartejado na manhã de sexta-feira (23), no bairro Marechal Rondon, em Cachoeirinha. Os dois casos, diz o delegado Maurício Barison, foram descartados.
"Eram mulheres em período pós gestacional que chegaram com sangramentos ao Hospital Dom João Becker, mas o período das gestações não batia com o que estamos trabalhando em relação a esta criança encontrada morta. Seguimos nas buscas a todas as unidades de saúde de Cachoeirinha e Gravataí. O crime foi constatado em um bairro que é limite entre as duas cidades, então o alerta é total neste eixo, primeiramente, mas não descartamos alguma hipótese fora da região", explica o responsável pela investigação.
Os policiais orientaram aos hospitais da região que avisem caso deem entrada mulheres que precisem de curetagem (um procedimento em casos de aborto com sangramentos intensos) e que apresentem cortes nas mãos. Encontrar a mãe da criança é considerado o passo fundamental pelos investigadores para esclarecer o crime que estarreceu a cidade. De acordo com o delegado, ainda não foi possível sequer precisar o sexo do bebê.
A suspeita da Polícia é de que a mãe certamente tem envolvimento com a morte do recém nascido, mas, possivelmente, não agiu sozinha.
Caso delicado
"Foram encontrados a cabeça e o braço direito, além de um órgão, provavelmente um rim, parcialmente destroçado pelos cachorros. Uma característica que nos chamou atenção foi o número excessivo de ferimentos com algum instrumento cortante, provavelmente uma faca, no rosto e na cabeça da criança. É provável que, quem cometeu este crime, estivesse sob efeito de drogas ou em algum surto. Não foi uma ação com cortes precisos, mas impulsivos. Havia muita raiva", comenta Barison.
A perícia não conseguiu precisar, preliminarmente, se o esquartejamento aconteceu após a morte. Não é descartada a hipótese de que o recém-nascido tenha sido morto logo após o nascimento, já que havia, segundo a Polícia, indícios de tecido da placenta na sacola em que estavam os restos. No entanto, o encontro de uma fralda também junto ao terreno baldio da Rua Bélgica deixa em aberto a possibilidade de que a morte tenha acontecido, pelo menos, horas depois do parto.
Como não há marcas de sangue no terreno, os policiais acreditam que o crime aconteceu em outro lugar e o corpo, já esquartejado, tenha sido largado, com uma sacola, naquele local. Além do corpo, foram encontradas roupas femininas ensanguentadas, que agora serão periciadas.