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Notícias | Região Levantamento

Pesquisa aponta que jovens são maioria na busca por emprego

Estudo mostra que o tempo médio de busca por trabalho é de 11 meses

Por Bruna Mattana
Publicado em: 26.08.2019 às 20:38 Última atualização: 27.08.2019 às 08:13

Foto por: BRUNA MATTANA/GES-Especial
Descrição da foto: Busca por oportunidade: Gabriela tem 19 anos
Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Feevale, com base numa amostragem da população, apontou que o maior contingente de desempregados na região está na faixa dos 17 aos 29 anos. Esse perfil foi revelado a partir do estudo que buscou identificar as representações sociais construídas e vivenciadas entre os sujeitos desempregados. O estudo foi coordenado pela professora Sueli Cabral, em que participaram 231 pessoas de ambos os sexos, sendo 46% homens e 54% mulheres.

Na primeira fase, intitulada Desemprego: um estudo na região do Vale do Sinos, o trabalho de pesquisa se deteve em identificar e construir um perfil dos desempregados. O estudo tem ainda uma segunda e terceira fases, em que são abordados outros temas relacionados à questão da empregabilidade.

Até agora foi possível identificar entre os participantes do projeto que o tempo médio de busca por trabalho é de 11 meses e que 46,2% dos homens e 49,6% das mulheres têm preferência por procurar empregos por meio de redes sociais. Além disso, 56,8% dos entrevistados contou que a qualidade de vida ficou ruim com o desemprego e que a maioria deles está entre os 17 e 29 anos.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o índice brasileiro de desemprego é duas vezes superior à média mundial, de cerca de 5% em 2019. Sueli explica que tais dados refletem os obstáculos dos entrevistados ao se reinserirem no mercado de trabalho e que eles não se restringem a aspectos econômicos. "Os dados apontam que, de fato, o desemprego afeta vida humana, inclusive sua saúde (física e mental) e, portanto, sua qualidade de vida", considera. A pesquisa está na segunda etapa de estudos e precisa de voluntários.

Desafios

A estudante Gabriela Lasta Culau, 19 anos, representa o perfil da maior parte das pessoas que busca emprego no Vale do Sinos. Moradora de Novo Hamburgo, Gabriela faz parte também do percentual que leva mais tempo para conseguir uma colocação no mercado de trabalho, conforme mostrou o levantamento local. A jovem conta que terminou este mês um estágio na prefeitura, na Secretaria de Obras, por meio do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). "Antes mesmo de encerrar o estágio eu já estava enviando currículos, mas é complicado, porque a gente sempre esbarra na questão da falta de experiência. Estou à procura de uma vaga de assistente administrativo", sublinha. Contudo, ainda corre atrás de uma vaga efetiva.

Fomento existe para o primeiro emprego

O coordenador da Agência Municipal de Emprego (AME) de Novo Hamburgo, Nelson Dietrich, salienta que os jovens de 14 a 24 anos geralmente buscam o primeiro emprego por meio do programa Jovem Aprendiz, oferecido por várias entidades do Município. "Nossa agência atende essa população confeccionando a carteira de trabalho e fazendo o cadastro no sistema Sine. É importante que esses jovens tenham experiência para que depois consigam boas colocações no mercado de trabalho formal", recomenda.

Gabriela segue trilhando o caminho para conquistar o emprego. Ela destaca que, assim que terminou o estágio, procurou a AME para produção e cadastro de currículo. "Recebi uma assistência muito boa. Me ajudaram a fazer o currículo e pediram que eu seguisse acompanhando o site diariamente. Terminei a Carteira de Habilitação, que paguei com o dinheiro do estágio, pois sei que isso é importante para o currículo, várias empresas pedem", salienta. A jovem, que atualmente cursa Gestão Ambiental, ressalta a importância da inserção no mercado de trabalho. "Quero conquistar minhas coisas, pagar minha faculdade e, para isso, preciso de uma oportunidade. Acredito que muitos jovens se encontram nessa situação", pontua.

Pesquisa segue em andamento

Com dados do IBGE sobre desemprego, que no último trimestre atingiu 12,8 milhões de pessoas, a Feevale iniciou o projeto de pesquisa Representações sociais e sentidos do trabalho: Análise do percurso do desemprego de um grupo de trabalhadores da região do Vale dos Sinos - RS. As outras duas fases da pesquisa vão investigar as representações sociais através de entrevistas, narrativas com grupos de pessoas desempregadas; e, na terceira etapa, o foco será o percurso do desemprego no Vale dos Sinos, em que será desenvolvido um documentário.

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