Foto:
Jauri Belmonte/Ges-especial
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Mulheres de todas as idades com seus olhares atentos que, certamente, se identificam com cada palavra proferida. Rostos que, em meio às lágrimas das mais variadas lembranças, se curvam à expressão de um sorriso e o complemento de um abraço. Assim foi a tarde do segundo encontro do projeto gratuito Laços de Amor, realizado em Taquara. O grupo voluntário, criado pela psicoterapeuta de família e casais Márcia Resser, 50 anos, surgiu com o intuito de oferecer um espaço de cumplicidade e amparo a mulheres com câncer de mama de toda a região. A justificativa é uma: "Venci o câncer, pois deixei a ideia amadurecer em mim e, acima de tudo, quis me apropriar da vida", disse ela, com um leve sorriso no rosto.
A jornada começou em 2014, após um exame de rotina, quando Márcia descobriu que tinha câncer e, a partir disso, buscou auxílio para enfrentar a doença. Concomitantemente ao tratamento, ela buscou amparo no Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama), que costuma realizar encontros para auxiliar no bem-estar das pacientes. Mas a logística das idas frequentes a Porto Alegre a impediram de continuar. A luta se estendeu até 2016, quando, finalmente, Márcia finalizou as últimas sessões de radioterapia e se curou.
Porém, ao longo de todo o procedimento, ela sentiu falta de um espaço semelhante no Vale do Paranhana e quis o destino que, algum tempo depois, decidisse por fundar o grupo voluntário. "A ideia do projeto surge, exatamente, de uma necessidade que eu tive enquanto lutava contra o câncer. Nunca tratei o câncer como uma sentença de morte, pois me apeguei a Deus para superar esta etapa. Porém, sentia falta de algo com uma proposta semelhante a do Imama aqui no Paranhana", disse.
O projeto ocorre todas as quartas-feiras, às 15 horas, num espaço cedido pela igreja Visão Familiar (Rua Rio Branco, nº 1891, Bairro Jardim do Prado) e conta com o auxílio de outras voluntárias com o objetivo de divulgar saúde. "Queremos, além do amparo, oferecer bem-estar às pessoas. Por isso, fizemos, inicialmente, contato com profissionais que se dispusessem a fazer este trabalho conosco. Com isso, conseguimos um maquiador, uma nutricionista e duas psicólogas, que se revezam a cada 15 dias", salienta Márcia. No segundo encontro do grupo, no dia 21, as participantes encontraram a psicóloga Natalia Almeida. "Um dia, quando realizava uma consulta em Porto Alegre, vi uma mulher saindo da sala de consulta aos prantos. Levantei e fui até ela e dei lhe um abraço, bem apertado, pois acredito que são atitudes assim que fortalecem as pessoas", contou Aide Altenhofen, de 72 anos. Márcia, que também é embaixadora do Imama em Taquara, ressalta, ainda, que o grupo está de portas abertas para qualquer pessoa. "Estendemos o convite a familiares, pois são pessoas essenciais em todo o processo de luta contra a doença".