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Notícias | Região Segurança pública

Saiba quem são os presos perigosos que fugiram dos contêineres, em Novo Hamburgo

Neste domingo (1º) foi registrada a primeira fuga dos contêineres instalados dentro do Instituto Penal hamburguense

Por Silvio Milani
Última atualização: 02.09.2019 às 10:13

Foto por: Inezio Machado
Descrição da foto: PMs na Rua Joinville, do Instituto Penal de Novo Hamburgo

Acusados de homicídio, estupro, assaltos, furtos e tráfico de drogas estão entre os nove presos que conseguiram fugir, na manhã de ontem, dos contêineres-cela do Instituto Penal de Novo Hamburgo (IPNH), no bairro Ouro Branco. Quatro foram recapturados pela Brigada Militar, que mantém caçada a cinco. Câmeras mostraram quando saltaram o muro, por volta das 9 horas, mas não captaram se foram resgatados em carros ou se buscaram esconderijo em propriedade nas imediações. Assustados, moradores da área adotaram uma espécie de toque de recolher em meio à intensa movimentação policial. É a primeira fuga dos contêineres, que começaram a operar em maio para aliviar a superlotação nas delegacias regionais de Novo Hamburgo e São Leopoldo.

A Brigada Militar, responsável pela custódia dos presos, e a Polícia Civil apuram como o grupo conseguiu escapar e quem organizou. "Eles tiveram tempo para planejar. Pela forma como evadiram, imaginamos que tenham premeditado. Não parece algo de ocasião", declara o comandante regional da BM, coronel Vitor Hugo Konarzewski, que determinou sindicância. A fuga foi do contêiner reservado aos detentos que deram entrada pela delegacia de Novo Hamburgo. Ele estava com a lotação de 16 vagas esgotada, assim como o da jurisdição de São Leopoldo.

O CAMINHO

Os presos danificaram barras de ferro para sair do contêiner e contaram com a facilidade de arames farpados fora do lugar para saltar o muro da Rua Rio de Janeiro. Mesmo assim, roupas ficaram presas nos "porcos-espinhos". A investigação vai ver se foram removidos na hora pelos fugitivos, ou se comparsas do mundo externo providenciaram as aberturas. "Entre o contêiner e o muro, eles passaram por cima de uma galeria desativada. Sabiam o caminho. São indivíduos de ficha longa, cuja maioria foi presa por nós recentemente", revela o comandante. Segundo ele, havia três soldados na vigilância dos contêineres.

Três encontrados no mato e um em pátio

Os nove presos que escaparam

A Brigada, cujo quartel fica a poucos metros do presídio, fez varredura e redobrou a vigilância na área. Antes das 10 horas, encontrou três fugitivos no mato de uma praça na Rio de Janeiro. Segundo a corporação, eles resistiram e tiveram que ser algemados com uso da força. Pouco depois, foi pego outro no pátio de uma casa na Avenida Coronel Travassos. Os quatro, com escoriações em razão da fuga, segundo a Polícia, tiveram que ser medicados antes de encaminhados à delegacia. Além do registro da recaptura, eles foram autuados em flagrante por dano ao patrimônio.

Moradores assustados

Foto por: Inézio Machado/GES
Descrição da foto: BUSCAS: brigadianos fizeram varredura no entorno e localizaram quatro fugitivos

Uma vizinha do presídio voltava a pé da missa com a filha, pouco depois das 9 horas, quando percebeu a movimentação policial atípica no entorno. "A gente está acostumada com os riscos de morar aqui e já presenciamos muita coisa, entre fugas, tiros e todo tipo de ocorrência de presídio, mas sempre dá medo. Imagina se eles te fazem refém ou se escondem no teu pátio?" Para o marido, os contêineres estão muito perto do muro. "Fora o risco de fuga, é muita gritaria. Parentes ficam lá conversando com os presos. Já levamos esse problema ao Ministério Público." Moradores se trancaram em casa. "A ordem é fechar tudo", comentou uma vizinha do casal. Com medo de represália, eles pedem para não ser identificados. "Já teve pessoal daqui ameaçado por reclamar da situação", observa o homem.

 

À espera de vagas no sistema prisional

Os fugitivos aguardavam vaga no sistema prisional. Foram detidos há poucos dias na região e cumpriram o ciclo do chamado preso de passagem: primeiro o xadrez da delegacia e depois o contêiner, até ser removido a uma penitenciária. O caos carcerário, que superlota delegacias e enseja alternativas como contêineres-cela, não para de causar graves prejuízos à segurança pública.

 


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