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Notícias | Região Caso Vilmar

'Quero que ele pare', afirma mãe da jovem que teria sido assediada pelo vereador

A responsável disse que o vereador a procurou para pedir que a filha desistisse de denunciá-lo

Por João Victor Torres
Publicado em: 03.09.2019 às 21:38 Última atualização: 04.09.2019 às 08:29

Foto por: Juarez Machado/GES
Descrição da foto: ENTREVISTA: mãe diz que Enfermeiro Vilmar pediu perdão

O suposto caso de assédio, denunciado por uma menor de idade à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), que teria como possível autor o vereador de Novo Hamburgo Vilmar Emílio Heming, o Enfermeiro Vilmar, tem ganhado novos contornos. Após manifestações da adolescente e do político, ontem foi a vez da mãe falar. "Só quero que ele pare e isso sirva de lição. Não quero o mal dele", disse.

Vilmar a teria procurado em seu local de trabalho e, segundo suas próprias palavras, "implorado" para que a jovem desistisse de levar o assunto à Polícia Civil. "Ele foi atrás de mim no meu trabalho, mas não deveria ter feito isso", afirma. O fato ocorreu, de acordo com ela, em 31 de julho, ou seja, dois dias após o registro da ocorrência. "Ele disse que não era para denunciá-lo e pediu para que eu falasse com minha filha", acrescenta. Nesta conversa presencial, pelo que diz a mãe, o vereador não negou os supostos atos. "Tudo ele confirmou, mas pediu perdão e disse que não faria mais". A responsável ainda ressaltou que outras pessoas próximas ao parlamentar teriam procurado a denunciante e familiares para tentar fazer com que desistissem de levar o assunto adiante. A mãe frisou que a atitude de formalizar a denúncia foi tomada porque não enxergavam outra alternativa. "Foi a única maneira que encontramos para que ele parasse", sustenta.

Suporte

Durante a entrevista, a responsável legal pela jovem enalteceu, que classificou como importante, o suporte recebido pelos agentes da Deam. "Todos estão sendo muito profissionais. Nos sentimos acolhidas". Apesar disso, reclamou de comentários em redes sociais de pessoas, que de acordo com seu entendimento, duvidam da versão apresentada pela filha. "As pessoas não veem o nosso lado", lamenta.

Inquérito e a defesa

A Polícia Civil informou que mantém o foco das investigações na coleta de depoimentos. Entretanto, o vereador de Novo Hamburgo ainda não apresentou sua versão perante os possíveis fatos às autoridades. Por sua vez, procurada, a defesa de Vilmar informou que não se manifestaria a respeito do conteúdo da entrevista realizada com a mãe da adolescente. De acordo com o advogado Vanir de Mattos, um dos profissionais que atua no caso em favor do parlamentar hamburguense, os defensores do vereador estavam esperançosos em obter até o final da tarde de ontem acesso ao inquérito policial, que está em andamento na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher do Município. Para ele, ter estes documentos em mãos será fundamental para o trabalho da defesa.

Mãe fala em retomada difícil para a filha

Ontem, a responsável pela jovem ainda ressaltou que há dois meses descobriu o suposto caso de assédio. Entretanto, notou um comportamento estranho por parte da filha. "Ela chegava em casa e só chorava. Não falava o que estava acontecendo. Até que um dia, ela me contou. Então, mandei um áudio para ele (Vilmar) e pedindo que parasse. E ele me prometeu que não faria mais nada, mas acabou falando uma coisa e fazendo outra", alegou. A ficha, segundo ela, realmente caiu quando a jovem mostrou o conteúdo das possíveis mensagens. "Quando eu descobri, me apavorei".

A mãe confirmou dois aspectos levantados pela adolescente na entrevista concedida ao Jornal NH ainda no início desta semana: o primeiro de que Vilmar frequentava a casa da família há anos e o segundo, que teria ameaçado pessoas próximas da menor. "Ele a viu crescer", pontuou.

Sobre a rotina atual, diz que os últimos dias têm sido difíceis para ambas. "Chego em casa, vejo ela mal. Não consegue estudar. Está complicado", complementou.

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