Três anos de impasse. Parobé, cidade de 58 mil habitantes do Vale do Paranhana, viveu idas e vindas intensas. Batalhas jurídicas foram travadas na esfera municipal, estadual e federal até definir se Irton Feller (MDB), eleito em 2016, permanece no cargo de prefeito até o término do mandato. Terça-feira à noite, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou recurso pelo registro de candidatura do emedebista. A determinação unânime dos ministros da Corte, depois de julgamento realizado em lista, quando os demais integrantes do TSE acompanharam o voto do relator do processo, ministro Jorge Mussi, pode ter colocado ponto final ao imbróglio. É praticamente certa a convocação de uma eleição suplementar para definir quem comandará o Executivo municipal até o fim de 2020.
Para Feller, um novo pleito agora acirraria os ânimos na cidade. "Não posso afirmar com certeza absoluta, mas com todas as pessoas que converso, elas não são simpáticas à tese de nova eleição", comenta. Até porque, os parobeenses podem voltar às urnas duas vezes em menos de 365 dias. Afinal, o pleito de outubro próximo, para determinar o chefe do Executivo local no mandato de 2021 a 2024, transcorrerá normalmente.
Versão final do acórdão da decisão não foi publicada ainda pelo TSE. Feller praticamente jogou a toalha ao analisar mais cedo, em entrevista exclusiva concedida à Rádio ABC, uma eventual reversão do quadro dentro do tribunal. "A decisão é praticamente irreversível", afirma. Porém, como última cartada da defesa, ainda podem ingressar com embargos de declaração para questionar a sentença.
Daqui para frente
Sobre o indeferimento do registro de candidatura que negou recurso do emedebista, o prefeito de Parobé classifica a deliberação como "inadequada", mas evita rotular como injusta. Feller foi considerado inelegível por ter as contas rejeitadas ainda no ano de 2006, quando presidiu a Companhia Riograndense de Artes Gráficas (Corag), o que caracterizou improbidade administrativa. Mesmo que considere quase certa a saída do cargo, o prefeito mantém serenidade ao falar sobre o futuro do município. "Nenhuma pirotecnia. Não vamos tomar nenhuma medida drástica. A única coisa que pretendo fazer é garantir o pagamento dos servidores. Deixar tudo em dia", acrescenta Irton Feller.
Por conta da judicialização, durante 1 ano e oito meses, presidente da Câmara à epoca, Moacir Jagucheski (Cidadania), comandou a cidade. Em agosto de 2018, Irton Feller e Marizete Pinheiro tomaram posse como prefeito e vice.
Se o TSE afastar Feller imediatamente do cargo, a presidente da Câmara, Maria Eliane Nunes (MDB), é quem assume a prefeitura.
Afrente fria que chegou domingo à tarde no Rio Grande do Sul trouxe chuva e muitas nuvens. Aqui na região, uma chuva fina, que não provocou estragos. Mas, sobre alguns municípios, elas estão carregadas, jeito de tempestade. Em Estância Velha, por exemplo, além do indiciamento da prefeita Ivete Grade (MDB) e de outras 13 pessoas, teve exonerações em bloco assinadas pelo vice Luciano Kroeff (Cidadania), quando no exercício de prefeito, o que gerou crise interna. Em Parobé, o recurso do de Irton Feller (MDB) foi negado e o município terá de ser preparar para uma nova eleição. Em Novo Hamburgo e Sapiranga, tensão é nas Câmaras de Vereadores e as ações nas comissões de ética.