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Notícias | Região Argentina

Após eleição de peronista, empresários estão preocupados com barreiras comerciais

No domingo, país vizinho elegeu Alberto Fernández e Cristina Kirchner; entidades da região analisam os possíveis impactos da troca de governo

Por Nicolle Frapiccini
Publicado em: 30.10.2019 às 07:00 Última atualização: 30.10.2019 às 10:01

Presidente eleito da Argentina, Alberto Fernandez, e a vice, Cristina Kirchner Foto: ALEJANDRO PAGNI / AFP
Importante parceira comercial do Brasil e, principalmente, do Rio Grande do Sul, a Argentina terá um novo rumo político a partir de 2020. Insatisfeitos com a crise econômica no país, os argentinos elegeram no último domingo Alberto Fernández, como líder da chapa presidencial que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como vice. A resposta que veio das urnas dos hermanos, no entanto, causa preocupação entre empresários da região. Lideranças de entidades analisam os possíveis impactos dessa troca de governo nos negócios entre gaúchos e argentinos.

O presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI) de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha, Marcelo Lauxen Kehl, vê a questão com bastante preocupação. "Não é problema ser de direita ou de esquerda. A questão é que os peronistas e, principalmente no governo da Cristina Kirchner, usaram medidas de proteção que não funcionam mais. A tendência é que voltem medidas anacrônicas que são paliativas para os problemas deles", afirma, ao revelar que empresários da região, em rodas de conversa, já manifestavam preocupação com essa situação.

Com a certeza de que ainda é cedo para sabermos o que vai acontecer, o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, revela que a eleição traz o fantasma de barreiras aos calçados brasileiros exportados para a Argentina. "Mesmo que ele venha de uma história mais protecionista, a relação é necessária para os dois países. O temor é que eles voltem com as barreiras em função da demora da recuperação econômica. O impacto dependerá do comportamento da economia argentina", comenta, ao lembrar que recentemente os prejuízos do setor chegaram a mais de 200 milhões de dólares por causa das barreiras.

Dois fatores considerados

A superintendente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Ilse Maria Biason Guimarães, considera dois fatores. "A primeira é uma possível volta das barreiras e a outra a manifestação mais animada dos argentinos com essa mudança pelo fato de proteger a indústria local, o que é positivo porque eles já começaram a buscar nossos produtos."

13,2%

É a participação das vendas para a Argentina nas exportações de calçados

Até setembro deste ano, os hermanos foram os que mais compraram calçados gaúchos quando analisamos a quantidade embarcada nestes nove meses de 2019 entre os principais destinos do produto made in Rio Grande do Sul. Neste ano, 3.000.918 pares de calçados já foram vendidos para os argentinos por US$ 33.431.454. Apesar disso, o 2º maior importador de calçados gaúchos tem quedas de 5% em pares e 28,2% em valor em relação aos mesmos nove primeiros meses de 2018.

 

5,4%

É o que representam as exportações para os hermanos no Estado

De janeiro a setembro deste ano, os argentinos diminuíram as suas compras de produtos gaúchos em US$ 510 milhões se compararmos com o mesmo período do ano passado. No acumulado, quarto maior parceiro comercial, os hermanos importaram US$ 733 milhões em produtos do Estado. Com uma variação negativa de 41% até setembro, o resultado do último mês apresentou um crescimento de 20,4% nos embarques no comparativo com setembro de 2018.

 

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