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Notícias | Região Segurança Pública

Mais de 7 mil toneladas de sucatas apreendidas em desmanches são vendidas à Gerdau

Material foi triturado em cerimônia simbólica, nesta quarta-feira, na sede da empresa, em Sapucaia do Sul

Por Renata Strapazzon
Publicado em: 06.11.2019 às 14:01 Última atualização: 06.11.2019 às 14:21

Material foi apreendido durante 88 edições da Operação Desmanche e vendido à Gerdau Foto: Diego da Rosa/GES
Mais de sete mil toneladas de sucata automotiva. Este é o total de material sem procedência recolhido pela Operação Desmanche em 88 edições. A investida, coordenada pela Secretaria Estadual da Segurança (SSP), é feita em conjunto com o Instituto Geral de Perícias, Detran/RS, Polícia Civil e Brigada Militar e realizada no Estado desde 2016. Para celebrar esses resultados, a SSP realizou na manhã desta quarta-feria (6) um evento na Gerdau, de Sapucaia do Sul, empresa parceira no recolhimento de material irregular. Na ocasião, foi realizada a trituração de parte do material apreendido.

As toneladas foram vendidas à Gerdau e renderam R$ 885 mil. Parte deste valor foi destinado ao Fundo Especial da Segurança Pública (FESP) e outra ao Detran/RS.O aço reciclado é reutilizado para a produção de automóveis, compondo itens da estrutura básica dos veículos, como a barra de direção e outras peças essenciais para a segurança do condutor. A sucata ainda é aproveitada em usinas eólicas, quem geram energia renovável. Parte do material apreendido também segue, depois de reprocessado, para a construção civil e o agronegócio.

"Esta é uma relação onde todos saem ganhando. Como empresa, recebemos nossa matéria-prima que é tirada de circulação e transformada em novos carros, casas e infraestrutura. Todos os segmentos ganham com isso", afirma o gerente-executivo da Gerdau, Jean Carlo Peluso.

Diretor do Departamento de Inteligência da SSP, o delegado Emerson Wendt, destacou os resultados da força-tarefa ressaltando a importância dela na redução dos índices criminais no Rio Grande do Sul, especialmente no que diz respeito ao furto e roubo de veículos.  “A operação iniciou por municípios com os maiores indicadores criminais. Hoje a demanda maior está no Interior. Esta foi uma ferramenta pioneira no País, que já conta com mais de 70 presos por diversos delitos e que tem impactado positivamente nos indicadores de criminalidade, com a redução de furtos e roubos", diz. "Os dados estão aí para comprovar que a força-tarefa, o trabalho de investigação e de inteligência e ações preventivas dão resultados", salienta o delegado. No acumulado dos três primeiros anos de operação, segundo a SSP, a baixa nos índices de furtos e roubos de veículos em todo o Estado chegou a 21%. Só no ano passado, a redução foi de 12% em relação à 2017.

Combate ao crime

Diretor-geral do Detran/RS, Enio Bacci, esteve no evento representando o vice-governador e titular da SSP, Ranolfo Vieira Júnior. Ele também frisou a importância da operação no combate ao roubo e furto de veículos. "Não havendo mercado, não há carro roubado ou furtado. O furto e o roubo só existe e cresce se tem alguém para receber e desmanchar esses veículos. Por isso, o enfrentamento aos desmanches irregulares é primordial", diz.

"Estamos caminhando para índices jamais vistos de redução de crimes no Rio Grande do Sul. Com os resultados obtidos nessa operação, não vai mais ser 'saudável' roubar veículos porque não haverá mais a quem vender. É atacando o receptador que reduzimos o crime na outra ponta. Na área de furto e roubo de veículos, temos uma legislação que nos ampara e um equipe preparada para agir nisso", destaca Bacci. Ele salientou ainda que além de possibilitar o encerramento das atividades de mais de 130 comércios irregulares, a operação serviu de inspiração para estados como Goiás e santa Catarina.

Benefícios para a Segurança Pública

Além de tirar de circulação peças sem procedência identificada, a força-tarefa já aplicou mais de R$ 800 mil em multas por atuação irregular, crime ambiental, receptação e roubo de energia, entre outros delitos. Como as multas são pagas apenas após o trânsito em julgado, quando não há mais possibilidade de recursos, apenas cerca de R$ 6 mil desse total já está nos cofres do Estado. Os valores das multas, segundo a SSP, vão para o Fundo Especial da Segurança Pública (FESP), com o objetivo de reforçar e reequipar as forças de segurança. Exemplo disso foi a entrega de 134 viaturas à Brigada Militar na última semana, das quais 93 foram adquiridas pela SSP com recursos do FESP. A Operação Desmanche foi criada a partir da Lei Federal 12.977, em vigor desde 20 de agosto de 2015. Desde então, somente podem atuar no comércio de peças usadas empresas registradas no Detran.

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