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“O que é cinquenta pilinha, cinquenta pilinha por uma vida. Eu tô trocando cinquenta mil por uma vida. Uma vida vale muito mais do que cinquenta mil, entendeu?”. Dessa forma um produtor rural de Portão foi vítima de tentativa de extorsão durante duas semanas, em novembro, até decidir procurar ajuda da Polícia. Pelo celular, o homem, de 54 anos, recebia mensagens e áudios por meio do WhatsApp com ameaças a familiares dele, caso não efetuasse o pagamento do valor exigido pelos criminosos. Com base nas informações repassadas pela vítima, agentes da Delegacia de Polícia de Portão iniciaram as investigações. O inquérito, com o indiciamento de três pessoas foi concluído nesta quarta-feira (18) pelo delegado Ayrton Figueiredo Martins Júnior.
“A associação criminosa se mostrou bastante articulada, com funções bem definidas e comando rígido por parte do líder, que mantinha contato por via de aparelho celular com os demais integrantes. A vítima procurou a Polícia Civil em desespero, após tormentos psicológicos constantes, cuja veemência tornaram claro o medo de represália contra si e contra a sua família. Os extorsionários ameaçavam diversas vezes ao dia para que a vítima angariasse o montante de R$ 50 mil em dinheiro, sob pena da família dela sofrer formas de violência”, comenta o delegado.
“A vítima estava no limiar de depositar o dinheiro exigido quando foi convencida pela família a procurar a DP”, completa Ayrton. De acordo com ele, de posse dos investigados foram apreendidos aparelhos celulares usados no crime. Conforme a Polícia, as ameaças a este produtor rural aconteceram entre os dias 11 e 23 de novembro. “Escolheram a vítima em virtude da capacidade econômica dela”, esclarece o delegado que acredita que mais pessoas possam ter sido vítimas destes mesmos criminosos na cidade. A orientação é de que, caso haja, elas procurem a delegacia.
Encerrada a investigação, os três suspeitos foram indiciados pela prática dos delitos de associação criminosa e extorsão.
“Tu tá sufocado cara, começa a conversar comigo, me dá um dinheiro pra ti viver mais calmo, me dá alguma coisa pra ti viver mais calmo e a gente começar a conversar diferente”.
“Se tu corre pra polícia, tu pode correr eu não tô nem ai, entendeu ? Eu, pra mim minha vida não importa mais, eu vivo pra isso, entendeu ? Eu vivo o crime dia a dia… Então o seguinte, eu pra mim eu acho que o senhor é um senhor que tem consciência… Que não foi na polícia ou tu foi na polícia?”.
“Se tu quiser, amanhã tu colhe cem mil, então tu não vem me contar que tu não tem dinheiro, faz o seguinte cara, cospe alguma coisa pra mim, ou eu vou pegar tua neta. Tá entendendo? O que tu quer? Tu vai cuspir algum dinheiro ou tu quer que eu pegue tua neta? Eu vou acabar pegando tua neta primeiro pra ti ver que é mais fácil de pegar ela entendeu? O que tu quer fazer, cara? O que tu vai cuspir agora pela vida da tua neta?
“Tu tem crédito, tu tem teus irmão, tu tem a tua família que tem. Então tô ti falando pra ti que eu sei cara, tu pega dez com um, vinte com o outro. Pega no banco, faz um rolo… tu sabe que o banco te libera que tu tem bala na agulha”
