"Um serial killer sai às ruas para buscar vítimas e matar. Este escolhia suas vítimas entre conhecidos que frequentavam a casa onde morava. Então dá para dizer que é um serial killer doméstico", explicou o delegado Thiago Carrijo. O responsável pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas chamou a imprensa, na manhã desta quinta-feira (19), para esclarecer o caso envolvendo Lacir Lopes. O trabalhador de 43 anos já confessou ter matado três pessoas, encontradas no terreno em que atuava como caseiro, à beira da Avenida Guilherme Schell, no bairro Fátima, em Canoas.
O caso veio à tona no final do mês passado, quando a Homicídios recebeu uma denúncia a respeito de um suposto homicídio. Conforme apontado pela testemunha-chave da investigação, Lopes teria matado um homem com uma barra de ferro. Os policiais foram ao local e encontraram o corpo carbonizado da vítima de 25 anos, porém não só isso. Foram achados também órgãos de outro cadáver. "Foi a partir daí que começamos as buscas e encontramos outras duas ossadas", aponta Carrijo.
"Então descobrimos que este rapaz que era conhecido dele, e que foi morto, na verdade havia sido a terceira vítima e não a primeira", continua. "Ele já tinha largado outros dois corpos no terreno mesmo, sem nem se preocupar em esconder muito bem."
De acordo com o inquérito, as duas primeiras vítimas seriam uma mulher, de 34 anos, e um outro homem, de 27. A hipótese é que os crimes aconteceram em março do ano passado. As duas vítimas eram dadas como desaparecidas pelos parentes. Ela seria uma "companheira" do serial killer. A polícia acredita que acabou sendo morta a golpes martelo depois que ele descobriu que ela estaria grávida.
"Só encontramos a ossada dela, logo os peritos dificilmente vão conseguir confirmar se estava grávida, como apontou uma testemunha", frisa. Já o outro rapaz acabou entrando na mira do matador por ter ajudado a afastar o corpo da primeira vítima da residência. "Ele se sentiu ameaçado. Achou que poderia ser entregue à Polícia e então fez uma nova vítima."
Carrijo conclui dizendo que, caso a Polícia Civil não tivesse sido procurada por uma testemunha, ele continuaria matando. "Ainda estamos investigando se há outras vítimas, por enquanto são três", aponta. "Só que não há dúvida, até pela frieza e falta de remorso mostrada durante o interrogatório, que ele poderia continuar matando enquanto não fosse preso."