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Em Novo Hamburgo, a cultura mais afetada pela seca é a do milho. Segundo o coordenador da Emater no Município, Carlos Roberto D'Ávila Rocha, os produtores registram 60% de perdas na produção do milho e em alguns casos a situação é de perda total.
"Fazemos visitas constantes. Tem uma propriedade em Lomba Grande que o produtor teve 100% de perda no milho, é uma tristeza só", avalia D'ávila, que também fala de outros produtos. "Toda a cadeia acaba sendo afeta, a produção de leite, carne. Na olericultura a perda é menor, mas ela existe. No momento chega a 30%", explica.
Mesmo com a previsão de chuva para esta semana, o cenário não é animador. Conforme a meteorologista da MetSul Meteorologia Estael Sias, os meses de fevereiro e março também devem contar com chuva escassa.
"O cenário começou a se desenhar para uma estiagem longa a partir da segunda quinzena de novembro. Tivemos ondas de calor, redução nos volumes de chuva, e, sem contar, um fim de dezembro escaldante. Isso trouxe um cenário onde teremos pouca chuva, o que pode agravar mais ainda a situação de agora", observa.
O Vale do Paranhana também é afetado pela estiagem que assola o Estado. Em Riozinho, a prefeitura estima perdas de 60% na safra do feijão, 40% nas lavouras de milho, 30% na colheita da uva e 15% nas hortaliças.
Na última segunda-feira (13), as federações das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), da Agricultura do Estado (Farsul), dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) e das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro) participaram de uma reunião com o governo do Estado para elaborar reivindicações e diminuir os impactos sociais e econômicos da estiagem.
Entre as solicitações estão: prorrogação de todas as dívidas dos produtores rurais que tenham origem no crédito rural pelo prazo de 120 dias, prorrogação das parcelas de todos os contratos de investimentos, repactuar em até 10 anos os valores do crédito agropecuário, mantendo os encargos contratuais e apoio estadual e federal para agricultores familiares e trabalhadores de baixa renda não segurados.
A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) garante que não há problemas, pois o que está sendo vendido não é resultado desta safra.
O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) alerta que a produção leiteira gaúcha, além de estar entrando no período de entressafra, já apresenta queda acentuada na captação de leite, provocada pela falta de pastagem verde no campo e pelo estresse ao animal. De acordo com o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, há perdas significativas também no desenvolvimento do milho para a silagem, que é produzido para nutrição do gado durante todo o ano.
A queda na produção de leite no mês de janeiro no Rio Grande do Sul chega a 8%.
