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"Tenho um poço, mas muitas vezes fico sem água. Teve uma vez que um caminhão pipa de Dois Irmãos acabou me socorrendo. É bem difícil, ainda mais no calor", desabafa a agricultora aposentada Neides Agostini, 74 anos.
Há cerca de oito anos foi firmado um projeto, em parceria entre prefeitura e Corsan, para distribuir água por meio de um poço maior e mais profundo.
"Este poço com maior profundidade foi cavado na entrada da localidade. Mas falta ainda todo o resto, como bomba, rede de distribuição. Também tem a questão da rede elétrica que tem que ser mexida. Mas o projeto parou em Brasília faz uns três anos", explica o presidente da Associação de Moradores de Picada dos Nabos, Sergio Schneider, 52.
O projeto já foi encaminhado para a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que é responsável pela área do saneamento.
"Nós só queremos que as coisas aconteçam. Tenho casa aqui e não posso usar porque não tem água. Nunca tivemos abastecimento, muitos foram fazendo pequenos poços e isso não é a solução correta. Nós aceitamos o projeto, queremos uma solução para todos", afirma Schneider.
O poço, que após a liberação de recursos, deve servir para abastecer as residências, está na propriedade do irmão de Sergio. "O espaço foi cedido. Meu receio agora é trocar de novo a gestão da prefeitura e começar tudo de novo", avalia o professor.
A prefeitura de Sapiranga disse também que esta semana, o secretário municipal de Planejamento, Habitação, Segurança e Mobilidade, Carlos Maurício Regla, esteve na Funasa, em Brasília, cobrando a liberação do recurso e a aprovação do projeto. E que a prefeita fará a cobrança pessoalmente no final deste mês para agilizar o abastecimento de água aos moradores.
A administração municipal informou que a verba está sendo requisitada junto a Funasa, e que foi destinada ao município, na época pelo então deputado federal Renato Molling (emenda junto a Funasa). "Sapiranga está reivindicando a liberação dessa verba e aprovação do projeto", diz parte da nota.
