Publicidade
Botão de Assistente virtual
Notícias | Região Economia

Preocupação com coronavírus recai sobre negócios com os chineses

Com a aproximação da Fimec, a propagação do coronavírus tem deixado em alerta setores da economia da região que mantêm relações com a China

Por Nicolle Frapiccini
Publicado em: 30.01.2020 às 05:00 Última atualização: 30.01.2020 às 12:20

Fimec é considerada uma das mais importantes feiras do setor coureiro-calçadista Foto: Diego Soares/Talenttare
Do total de produtos gaúchos exportados no ano passado, 30,8% tiveram como destino a China. Principal parceiro comercial do Rio Grande do Sul e do Brasil, o país asiático está em alerta em função do novo coronavírus, que surgiu em dezembro no território chinês. O vírus que tem se propagado causando preocupação no mundo também já é assunto de conversas no ambiente empresarial da região. Afinal, muitas atividades econômicas mantêm relações comerciais com os chineses. Nos vales do Sinos, Caí e Paranhana, destaque para os setores coureiro-calçadista e o da avicultura, que se preparam para a realização de feiras internacionais que, normalmente, recebem muitos chineses.

 

Made withVisme

Uma delas é a Fimec. Em Novo Hamburgo, a edição 2020 da mostra foi assunto de reunião por telefone entre a prefeita Fatima Daudt e o diretor-presidente da Fenac, Márcio Jung, na tarde da última quarta-feira (29). "A palavra da vez é prudência. Faltam cerca de 40 dias para a feira e precisamos aguardar para ver o que irá acontecer. Temos que preservar a saúde de todos", afirma Fatima.

Jung comenta que até ontem nenhum chinês havia entrado em contato com a Fenac cancelando sua participação na feira. "A Fimec está mantida até porque não existe nenhuma orientação de organizações de saúde para que ela não ocorra. Vamos seguir protocolos das instituições de saúde nacionais e internacionais."

Visitantes orientais para a Fimec 2020

O percentual de visitantes orientais que estão confirmados para a Fimec 2020 é de 5%. A maioria dos orientais que participam da Fimec são na categoria de expositores. A visitação de chineses como público é baixa.

Eventos no exterior

Com passagem comprada para divulgar a Fimec na feira colombiana marcada para o início do próximo mês, Jung comenta que vai embarcar para o país latino-americano caso não tenha alguma restrição de órgãos superiores. "Somos conscientes e vamos obedecer os protocolos e orientações dos órgãos de saúde nacional e internacional." Outros executivos da região também se preparam para eventos no exterior que, tradicionalmente, recebem grande volume de expositores e visitantes chineses. Um deles é o gerente de exportação da Agrosul, Vitor Herrmann. "Estava planejando ir como visitante na Gulfood, mas vou esperar essa semana para reavaliar a situação", fala, ao dizer que de 15 a 20% da produção da indústria de São Sebastião do Caí é enviada para a China. "Normalmente, por mês embarcamos 15 contêineres, cerca de 500 toneladas, para o país."

 

Vendas em queda na China

Herrmann comenta ainda que em contato com clientes chineses eles relataram que em algumas cidades as empresas estenderam o recesso do ano-novo chinês. "As vendas diminuíram bastante porque as pessoas não estão saindo muito de casa o que reflete nos pedidos diários aqui. Temos algumas solicitações paradas aguardando a situação se normalizar, mas é difícil mensurar o quanto é por causa do vírus ou do ano novo."

 

Agendas presenciais devem ser evitadas

Em entrevista ao Grupo Sinos, o secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, frisa que a preocupação é geral. "A recomendação que estamos dando nesse momento é de que as pessoas que fazem comércio com a China procurem evitar ao máximo as viagens e a presença física. Nós não recomendamos que alguém vá marcar uma reunião na China nos próximos dias. Acho que os negócios podem continuar sendo feitos mas de forma virtual, não com presença física." 

 

Sugestão de transferir data

Em relação a eventos com a possibilidade de receber pessoas que estavam na China, Gabbardo não recomenda a realização dessas feiras. "Acreditamos que a China vai criar dificuldades para a saída dessas pessoas. Se isso pudesse ser transferido para uma outra oportunidade, melhor. Em 90, 120 dias provavelmente tenhamos uma visão mais concreta."

Algumasfeiras internacionais

IFLS EICI

(4 a 6 de fevereiro)

Bogotá, na Colômbia

A feira está mantida e não teve nenhum comunicado oficial da promotora.


Gulfood

(16 a 20 de fevereiro), em Dubai, nos Emirados Árabes

A feira está mantida e não teve nenhum comunicado oficial da promotora.


Lineapelle Milano

(19 a 21 de fevereiro),

na Itália

Na tarde de ontem, a promotora da feira emitiu um comunicado aos expositores e visitantes afirmando que a mostra ocorrerá conforme programado, em conformidade com as informações fornecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde da Itália. Entretanto, se tiver qualquer alteração, a promotora irá informar.


APFL Hong Kong

(31 de março a 2 de abril)

na China

Ontem, a promotora da feira emitiu um comunicado em que afirma estar monitorando o desenvolvimento do novo coronavírus. Também afirma estar tomando as precauções e medidas de segurança recomendadas pelos departamentos de saúde local e da OMS. Qualquer novidade, as partes interessadas na feira serão comunicadas.

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Encontrou erro? Avise a redação.
Publicidade
Matérias relacionadas

Olá leitor, tudo bem?

Use os ícones abaixo para compartilhar o conteúdo.
Todo o nosso material editorial (textos, fotos, vídeos e artes) está protegido pela legislação brasileira sobre direitos autorais. Não é legal reproduzir o conteúdo em qualquer meio de comunicação, impresso ou eletrônico.