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Notícias | Região A greve continua

Funcionários da Refap relatam que estão trabalhando direto há dez dias

Trabalhadores dizem que estão sendo mantidos "presos" dentro da Refinaria Alberto Pasqualini sob ameaças de serem desligados da empresa

Publicado em: 10.02.2020 às 18:13 Última atualização: 10.02.2020 às 21:10

Situação é tensa para trabalhadores que continuam na Refinaria Alberto Pasqualini Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL
"Há funcionários da Refap [Refinaria Alberto Pasqualini] que estão há dez dias sendo mantidos trabalhando. Eles montaram dormitórios improvisados na empresa e dormem por lá mesmo. E o ambiente de opressão é enorme. Falam que, por contrato, o funcionário não pode abandonar o posto se não houver um substituto na estação de trabalho. Senão, é desligado da Petrobras. Então, alguns trabalhadores foram ficando. Não é a primeira vez que isso acontece. E o pior é que a chefia à noite vai para casa dormir. Só quem se rala é o peão." O relato acima é de um funcionário da Refap em Canoas. Ele trabalhou por quase uma semana inteira na refinaria até conseguir ser liberado. Com receio de represálias, o trabalhador preferiu não ter o nome divulgado.

De acordo com o presidente do Sindicato do Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS), a situação descrita pelo operário é conhecida e praticada pela Petrobras já há um bom tempo. Presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia afirma que a empresa está intransigente quanto a qualquer diálogo com a categoria. A adesão de 80% dos 700 trabalhadores da Refap na greve continua, motivo pelo qual a tensão é grande entre ambos os lados. "Este tipo de conduta adotada pela gerência da empresa fere o bem-estar do trabalhador", diz. "O ser humano não é máquina", argumenta. "Sabemos que existem as ameaças."

Nossa reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Petrobras, porém ainda não houve uma resposta da empresa, que classificou, desde o começo do movimento, a greve como "descabida."

A greve vai continuar por um bom tempo

A paralisação dos petroleiros é nacional e foi alavancada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) como resposta a recente demissão em massa de mil funcionários da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), no Paraná. É que lá houve quebra no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), segundo os representantes da categoria. O objetivo do Sindicato dos Petroleiros do RS é justamente impedir que o mesmo aconteça com os 700 funcionários diretos e outros 800 que hoje trabalham na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas. "Eles só chamaram os trabalhadores e avisaram que estaria todo mundo demitido em 90 dias", frisa o diretor do Sindipetro-RS, Dery Beck Filho. "Queremos garantir que cada um dos trabalhadores receba o tratamento e os direitos que tem", defendeu. "Então a greve vai continuar."

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