Mara Helena Diaz não deixa nada no pátio de casa. É que da tesoura para cortar grama a um par de chinelos, ela diz já ter perdido muito. Tudo por conta de criminosos que invadem o pátio da residência para pegar o que quer que seja para comprar pedras de crack. "É uma gurizada que não respeita nada", aponta a dona de casa de 47 anos, que vive no Rio Branco. "Entram, pegam o que querem e saem correndo. Tenho que estar com o portão sempre trancado. Senão eles entram mesmo. Não querem nem saber", reclama.
Pois é o mesmo tipo de criminoso que invade um supermercado que fica na rótula da "praça da igreja" para furtar mercadorias. Ali, clientes e funcionários terminam sendo achacados e até mesmo ameaçados. "É bem complicado", contou uma funcionária, que preferiu não ser identificada. "Eles pegam o que dá e saem correndo. E quando não conseguem, brigam", continua. "Até os fios da rua já levaram para vender e trocar por pedra."
Já um cliente do estabelecimento ouvido por nossa reportagem, falou ter visto os mesmos rapazes furtando objetos em outras lojas que ficam na área. "Não é só no mercado. Outro dia mesmo eu vi dois guris pegando peças de roupas de uma lojinha", garantiu o operário Ademir Antunes, 36 anos. "A maloqueragem é grande."
De acordo com o comando do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM), o problema não só é conhecido como também é combatido pela Brigada Militar (BM). Só um dos delinquentes que atuam na área já foi para a cadeia dez vezes. Foram oito no ano passado e mais duas neste ano. O problema é que ele sempre retorna às ruas e volta a cometer delitos.