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Notícias | Região Reflexo do coronavírus na economia

'O que seria a melhor época do ano virou um pesadelo', diz empresário do ramo chocolateiro

Toneladas de chocolates preparadas para a venda nesta Páscoa estão nos estoques das fábricas de Gramado; empresários buscam alternativas como a Internet para minimizar o prejuízo

Por Laura Gallas
Publicado em: 02.04.2020 às 10:04 Última atualização: 02.04.2020 às 10:47

Estoque de chocolates na Luga chega a 65 toneladas Foto: Divulgação
Chegamos em abril, o mês da Páscoa em 2020. E o que era para ser um período de lançamentos de produtos e venda de chocolates artesanais na Região das Hortênsias, “virou um pesadelo”, conforme lamenta o CEO da Chocolates Lugano, Augusto Schwingel Luz. O fato é que as fábricas se prepararam estimando crescimento de produção, mas desde que o País precisou frear e enfrentar a pandemia do coronavírus, o cenário atual das cidades da Serra Gaúcha é de ruas desertas de carros e pedestres. E o período da Páscoa não será comemorado pelo setor de chocolates artesanais.

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Com isso, os empresários do ramo chocolateiro vivem dias de aflição, já que o estoque preparado para esta Páscoa, em vez de tomar as lojas, precisou ficar encaixotado nas fábricas. Segundo Augusto, cerca de 65 toneladas estão estocadas na Lugano. “Aumentamos o nosso quadro de funcionários em 30% na nossa fábrica, além de uma previsão de contratação de extras para atendimento nas nossas lojas neste período”, aponta Luz.

Com o planejamento, Augusto frisa que a empresa aumentou a fabricação em 60% este ano. No total, 180 toneladas de chocolate foram produzidas para esta Páscoa. “Nessa situação, é importante fomentar outros canais de venda que não dependam tanto da presença física do consumidor nas lojas”, aponta Luz.

Usar a criatividade em tempos de crise

Expectativa da Achoco é aumentar até 20% a venda de chocolates Foto: Letícia de Lima/GES-ESPECIAL
O presidente da Associação das Indústrias de Chocolate de Gramado (Achoco), Jaderson Souza afirma que esse cenário é um dos piores enfrentados pelo setor em anos. E, por isso, as empresas terão que priorizar, ainda mais, a qualidade. “Fortalecer a marca chocolate de Gramado, dando visibilidade ao título que conquistarmos neste ano de Capital Nacional do Chocolate Artesanal, é um dos objetivos”, reforça o líder da entidade.

Atualmente, trabalham no setor cerca de 2 mil pessoas, e para que demissões não ocorram, Souza aponta que os empresários precisarão reduzir custos, renegociar aluguéis, e usar muito a criatividade para planejar a próxima Páscoa.

De acordo com Souza, a venda on-line é uma alternativa que tem dado alento aos empresários, mas o presidente da Achoco destaca que ainda enfrenta-se algumas dificuldades em função das entregas dos Correios. “Mas é um canal que vamos explorar muito”, adianta Souza.

Em caso de uma possível flexibilização nos decretos Estadual e Municipal, o presidente da Achoco analisa que, ainda assim, não será possível diminuir o prejuízo dos fabricantes. “A abertura das lojas se acontecer, virá em um momento com poucos turistas, irá reduzir um pouco o prejuízo, mas com certeza o prejuízo ocorrerá”, adianta.

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