Depois do segundo leilão dos 34 carros apreendidos com donos da empresa InDeal, realizado na segunda-feira no auditório da Justiça Federal, em Porto Alegre, a equipe responsável pelo pregão eletrônico decidiu solicitar reavaliação dos valores. O entendimento é que, em razão da pandemia do coronavírus, o momento econômico não é favorável para negócios do gênero. Apenas nove foram vendidos, com arrecadação de R$ 1,1 milhão dos R$ 6,1 milhões esperados.
Único veículo arrematado no primeiro leilão, no dia 1º de abril, uma Mercedes-Benz GLC 250 é o mais caro entre os já negociados. Saiu por R$ 224 mil. Os outros oito tiveram lances nesta segunda. A maior avaliação geral é de uma Ferrari California ano 2009, com 14.989 quilômetros rodados e pedida de R$ 670 mil. Cada automóvel tem desconto de 20% sobre o valor estimado. Vários da lista são blindados.
"As avaliações foram feitas em 2019, em outra realidade. Hoje, devido ao baixo consumo gerado pela crise, é necessário uma readequação nos valores", declara Bruno Cardoso, da equipe leiloeira Joyce Ribeiro. Caberá ao Ministério Público e Judiciário decidirem por novos cálculos. A expectativa é de marcação de pregões para julho ou agosto.
O leilão é a maneira legal de evitar depreciação dos veículos. O dinheiro arrecadado vai para uma conta judicial. Ao final do processo criminal, deve ser usado para pagar multas da InDeal com o governo e outras dívidas com credores. Fechada em maio do ano passado pela Operação Egypto da Polícia Federal, que prendeu cinco sócios e outros cinco do núcleo de comando, a empresa sediada em Novo Hamburgo foi definida como pirâmide financeira. Conforme as investigações, lesou 23,2 mil clientes, atraídos por rendimentos irreais em criptomoedas. O Ministério Público estima dívida de aproximadamente R$ 1,1 bilhão com os investidores e afirma que não haverá dinheiro para pagá-los. Todos os réus estão soltos.