Na última semana, Estância Velha informou que teve seis novos casos de dengue confirmados. Somando aos outros três que já tinham diagnóstico positivo, em um ano são nove pessoas contaminadas pela doença. Além disso, há uma pessoa com suspeita que aguarda resultado de exame. Novo Hamburgo teve 11 casos em 12 meses. O mais recente é de um homem de 22 anos. A situação preocupa também outros municípios. No período de um ano, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde, 63 pessoas tiveram dengue em 16 cidades da região. Mas são 33 o número de municípios infestados pelo Aedes aegypti na área de cobertura do Jornal NH no mesmo período.
No Estado, o total de cidades em alerta por causa do problema é de 387, três a mais que o mês passado. Para se ter uma ideia do avanço do mosquito no território gaúcho, há duas décadas eram 14 municípios infestados, um aumento de 2.764% comparado com os números atuais.
Diferente do que ocorre com o novo coronavírus, em que a maior parte dos infectados são assintomáticos, quem contrai dengue quase sempre precisa de internação hospitalar para tratar dos sintomas. Sendo assim, a prevenção neste momento mais do que nunca é fundamental, principalmente porque as estruturas de saúde necessitam ter atenções voltadas para atendimento a pacientes com Covid-19.
Tampe os tonéis e caixas d'água
Mantenha as calhas sempre limpas
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo
Mantenha lixeiras tampadas
Deixe ralos limpos e com aplicação de tela
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais
Retire água acumulada na área de serviço e atrás da máquina de lavar roupa
Cubra e realize manutenção periódica de áreas de piscinas e de hidromassagem
Tenha atenção com bromélias, babosa e outras plantas que podem acumular água
Deixe lonas usadas para cobrir objetos bem esticadas, para evitar formação de poças d'água
Verifique instalações de salão de festas, banheiros e copa
Por orientação do Ministério da Saúde, os agentes de combate à dengue, que visitam as casas da população, não estão realizando este trabalho. Apenas as visitas aos pontos estratégicos continuam sendo feitas.
Com a confirmação do novo caso de dengue em Novo Hamburgo, foi realizado uma Pesquisa Vetorial Especial. Este procedimento é a procura da presença do Aedes aegypti em locais até então sem transmissão, a fim de evitar o contágio da doença. A ação foi realizada na sexta-feira pelo Projeto de Prevenção e Combate à Dengue, parceria da Prefeitura e Universidade Feevale, com o objetivo de fazer uma ação de bloqueio com borrifação de inseticida via UBV costal, conhecido popularmente por "fumacê", no bairro Operário.
O paciente, de 22 anos, diagnosticado com o vírus procurou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro no dia 16 de abril, com sintomas compatíveis para a doença. Foi coletado material do paciente e enviado para a análise no Laboratório Central do Estado (Lacen), que testou positivo.
Os outros dois casos de dengue confirmados no Município, neste ano, são de um homem de 28 anos, morador do bairro Canudos, e uma mulher de 39 anos, moradora do bairro Vila Nova.
Desde 2016, todos os bairros de Novo Hamburgo são considerados infestados pelo inseto.
Segundo o Ministério da Saúde, até dia 18 de abril foram notificados no Brasil 603.951 casos prováveis de dengue. A região com maior incidência é a Centro-Oeste, com 709,5 casos por 100 mil habitantes. Nos Estados do Acre, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal, a situação preocupa mais. Foram confirmados 221 mortes por dengue no Brasil, sendo 177 por exame laboratorial e 44 por avaliação clínica.
A dengue é uma doença febril grave transmitida por picadas de insetos, especialmente os mosquitos. Os sintomas são febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.
Mesmo com temperaturas mais amenas, as larvas do Aedes egypti conseguem se desenvolver, no entanto, a uma velocidade mais lenta. Entre 17 e 20 graus as larvas eclodem.
Estância Velha tem nove casos confirmados de dengue. Segundo o boletim epidemiológico da Vigilância em Saúde (Visa) da Secretaria Municipal da Saúde de sexta-feira passada, os nove são autóctones. No entanto, conforme o Centro Estadual de Vigilância em Saúde, dos confirmados, dois foram contraídos dentro da própria cidade. Segundo a prefeitura, um caso positivo mora no bairro Encosta do Sol, cinco no Bela Vista e três residem no bairro Lira. Um outro teve resultado inconclusivo. No município também tem um caso negativo, quatro aguardando resultados e cinco que agendaram coleta.
A bióloga Marina Schmidt Dalzochio, do Projeto de Prevenção e Combate à Dengue de Novo Hamburgo, diz que o período de isolamento é uma oportunidade para impedir a proliferação do mosquito.
Marina alerta que a falta de chuva e a temperatura amena não são impedimentos para o Aedes aegypti continuar se procriando. "O mosquito está ficando mais habilidoso. Ele tem atração pelo sangue humano, então se tem mais gente em casa, o inseto vai procurar. Por isso mais do que nunca tem que eliminar os criadouros", salienta.
Em Estância Velha, a operação Cata Foco formou uma força-tarefa para diminuir os criadores do mosquito. A Secretaria Municipal de Obras (SMO) recolheu 35 toneladas de entulhos da frente das residências dos moradores no bairro Lira. O material foi descarregado na União dos Trabalhadores em Resíduos Especiais e Saneamento (Utresa) e será separado para reciclagem. O próximo bairro que vai receber o Cata Foco é o Bela Vista nesta segunda-feira. A comunidade deve fazer a varredura e avisar a SMO pelo WhatsApp para que se mapeie o local da coleta. O número é (51) 99387-3408. Não serão recolhidos galhos de árvores.