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Centenas de cientistas do mundo inteiro que trabalham em busca de respostas para o novo coronavírus agora contam com o reforço de uma pesquisadora do Vale do Sinos. Juliana Schons Gularte, 29 anos, é a única gaúcha dos sete brasileiros selecionados para bolsas de estudos oportunizadas por uma organização não governamental (ONG) e sem fins lucrativos dos Estados Unidos, a Dimensions Sciences.
A jovem, moradora de São Leopoldo, é doutora em Qualidade Ambiental pela Universidade Feevale e atualmente atua nos Laboratórios de Microbiologia Molecular e de Saúde Única da instituição. Foi durante uma conferência on-line com colegas de profissão de diversos países, na última terça-feira (5), que ela soube sobre a conquista internacional.
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Juliana se inscreveu no projeto e foi recebendo as classificações, fase a fase. Primeiro, esteve entre os 30 candidatos brasileiros selecionados. Em um segundo momento, chegou ao grupo de 12 finalistas.
Durante o movimento global Giving Tuesday Now, foi informada de que é uma das sete ganhadoras da chamada bolsa de emergência para integrar a força-tarefa de combate ao novo coronavírus.
"Esse tipo de iniciativa, que apoia pesquisadores que estão na linha de frente dos laboratórios brasileiros, é de extrema relevância, pois acelera a geração de conhecimento e auxilia na formação em ciência e tecnologia no nosso País", destaca.
Como foco, a partir da bolsa, a pesquisadora receberá custeio para o desenvolvimento de estudos e aplicações práticas no diagnóstico e no tratamento de pacientes com a doença no Brasil, auxiliando diretamente na realização de testes moleculares das amostras de pacientes suspeitos.
Desde o final de março, Juliana já integra as análises que são recebidas pelo laboratório da Feevale. O envio é feito por secretarias municipais de Saúde da região, através de convênios com as cidades. "Nosso grupo de pesquisa em virologia vem realizando diagnósticos confiáveis, por abordagens moleculares, para a população do Vale do Sinos. Esse projeto tem como objetivo principal identificar, o mais próximo possível, o real número de pacientes infectados na região", explica.
É a partir do diagnóstico correto que a postura que deve ser adotada em relação ao novo coronavírus é definida com melhor embasamento nos municípios. Juliana ressalta a relevância do trabalho de análises realizado.
"Esses dados podem interferir diretamente na definição das melhores medidas e ações que as autoridades devem adotar, principalmente no que se refere ao isolamento social", complementa.
A inscrição teve apoio do Mestrado em Virologia e do Laboratório de Microbiologia Molecular da Feevale. "As bolsas são importantes, porque possibilitam que jovens cientistas talentosos e com excelente formação possam auxiliar os grupos das universidades no esforço de diagnóstico da Covid-19", ressalta o professor Fernando Spilki.
De acordo com a presidente do comitê científico da Dimensions Sciences, Martha Godinho, o edital para o qual Juliana foi selecionada não estava previsto. A ideia partiu da presidente da ONG, Marcia Fournier, a partir de uma reportagem brasileira.
"Ela viu a mobilização dos laboratórios de pesquisa para auxiliar nos diagnósticos da Covid-19. E ficou sensibilizada porque foram apresentados profissionais que não recebiam nenhum tipo de apoio financeiro para isso", diz.
