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Notícias | Região Artistas sem palco

Covid-19: sem renda, artistas afirmam ter R$ 200 mil para receber da Prefeitura

Conselho reivindica atrasados do Microcrédito, Secretaria de Cultura nega inadimplência. Vereadores convidam secretário Mauri Grando para Grande Expediente nesta quinta

Por Jeison Silva
Publicado em: 06.05.2020 às 17:28 Última atualização: 06.05.2020 às 17:30

Assessoria da Secretaria da Cultura afirma desconhecer convite para Grande Expediente Foto: Divulgação
Os palcos estão fechados para os artistas de Canoas, há mais de 40 dias, por causa da ameaça da Covid-19. Sem renda, manter as contas em dia tem sido um desafio para os trabalhadores do setor, conforme relato de integrantes do Conselho Municipal de Políticas Culturais ao DC.

Conteúdo aberto com notícias sobre o coronavírus

Em busca de alternativas, pouco mais de 30 dias atrás, a entidade representativa de 400 atores, dançarinos, músicos, produtores audiovisuais e outros segmentos (número fornecido pelo órgão) enviou uma carta à Secretaria Municipal da Cultura sugerindo a abertura de um edital emergencial.

Entre as reivindicações elencadas ao Poder Público estava também o pagamento imediato de supostos atrasados, como é o caso do microcrédito 2019. Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Canoas afirma que está em dia com pagamentos e que “todas as atividades realizadas até fevereiro de 2020 encontram-se quitadas pelo município”. Os artistas contestam. Sobre a possibilidade de criação de algum tipo de iniciativa para retomar postos de trabalho na cultura em tempos de isolamento social, não houve resposta direta da administração: “A Prefeitura não medirá esforços para apoiá-la [a classe artística], mesmo com a fragilização econômica do município”, diz trecho da nota. A classe afirma não ter recebido nenhum apoio ou proposta no período.

O presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Canoas, Denisson Beretta Gargione, contesta a adimplência da Prefeitura quanto ao Microcrédito (programa de incentivo às artes por meio de execução de quatro atividades, sejam elas oficinas, performances, exposições, palestras, entre outras ações). “São 40 contemplados cada um no valor de R$ 5 mil. O edital é referente ao ano de 2016, foi lançado em 2019 com a promessa de ser pago em agosto deste mesmo ano”, aponta. “Essa promessa foi refeita para janeiro, depois para março, e até agora nada.”

Segundo Gargione, uma reunião presencial para discutir o tema foi proposta pelo secretário municipal de Cultura, Mauri Grando, sem ter sido mencionada na nota enviada à redação do DC pelo titular da pasta. “Estamos dispostos a dialogar mediante o estabelecimento de um cronograma para pagamento do Microcrédito e diante de plano de amparo ao setor cultural, fatos que podem exigir uma reunião presencial”, explica o presidente do Conselho. “Onde esta sendo utilizado o orçamento da Secretaria de Cultura visto que nenhuma ação foi tomada para salvaguardar o setor?”

Em 30 de março, a carta-manifesto da classe artística enviou às seguintes propostas para Grando: “o pagamento do Microcrédito Cultural 2019-1, em caráter de urgência; abertura de editais 100% digitais para ações artísticos culturais, com inscrições on-line, para serem realizados por meio de plataformas digitais e redes sociais; garantir a realização e prorrogação de eventos como a 8ª Semana da Dança de Canoas, 12ª MOSTRARUA – Mostra do Trabalhador de Teatro de Rua, Semana da Música, Semana da Capoeira, Feiras do Livro, entre outros; realização - por parte do SESC Canoas - do comprometimento de compor, ao menos, 50% de sua programação com a contratação de artistas municipais”. Sobre os pontos em específico da carta, afora o tópico “Microcrédito”, não houve menção de providências na nota enviada pela Prefeitura ao DC.


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