Logo que a pandemia começou a tomar proporções maiores na Itália, o governo da Dinamarca, atento aos impactos que começaram a ser gerados, tomou providências. Com quase 6 milhões de habitantes, o país nórdico adotou algumas restrições como o fechamento de estabelecimentos, medidas para a população andar nas ruas, bem como a utilização de espaços públicos. Assim, a Dinamarca teve 11,3 mil casos de coronavírus, com 563 mortes.
Natural de São Leopoldo, Mariane Miorim, de 38 anos, mora com o marido César Santin, 39, e com o filho Lucca, 5, na capital Copenhage desde abril de 2019. No país, que é modelo no quesito educacional, algumas medidas também foram adotadas para o retorno da criançada às aulas. Ela conta que as aulas de Lucca foram suspensas de forma imediata em março, mas voltaram em abril de forma gradual. "O Børnhave (jardim de infância) retornou em 15 de abril, com medidas restritivas e brincadeiras limitadas apenas a uma parte do pátio. Além disso, a todo momento higienizavam as mãos com álcool gel", contou.
Ela, que é prestadora de serviços, ainda explica que desde o dia 13 de maio, o Lucca já integra o "Clube", que é uma fase educacional na Dinamarca que antecipa o primeiro ano (Classe Zero). "Essa fase é como se fosse um preparotório para o primeiro ano. Logo na volta às aulas no país, não era permitido que os pais entrassem na escola. Agora, no Clube, já é permitido, além do Lucca poder brincar normalmente. Única diferença, é que as turmas estão com 12 alunos, quando o habitual era 24", frisou.
O trabalho da Mariane também pecisou seguir algumas normas. "Fiquei 80 dias parada, e o pior: sem rendimentos", lembra. Quanto ao comportamento da sociedade, ela conta que algumas medidas foram adotadas, como a aplicação de multas a estabelecimentos ou cidadãos que infringissem as normas.
"Aqui não houve lockdown como em outros países e as pessoas tiveram consciência ao enfrentar a pandemia. O goveno pediu às pessoas para que ficassem em casa, saindo somente para o necessário e que não juntassem mais de 10 pessoas em um mesmo ambiente. Caso as regras não fossem respeitadas, a multa poderia chegar a mil coroas (aproximadamente R$ 800). Em caso de estabelecimentos, a penalização chegaria a cinco mil coroas (aproximadamente quatro mil reais)", explicou.
Já o marido de Mariane, César, é jogador de futebol e atua como atacante no BK Fremad Valdy, que disputa a terceira divisão nacional. Natural de Jacutinga, e com passagens pelo Grêmio, São José e Aimoré, ele firmou raízes na Dinamarca ao atuar e ser goleador pelo FC Copenhague por cinco anos (entre 2008 e 2013), quando o casal morou a primeira vez em solo dinamarquês. "A Superliga deve retornar em breve, mas sem a presença de torcida", disse Mariane.