As chuvas intensas causadas pelo ciclone extratropical que atinge o Estado já causaram inundações e estragos em rodovias na região. Na manhã desta quarta-feira (8), moradores de Igrejinha e São Sebastião do Caí estavam entre os mais afetados, com ao menos 77 famílias desabrigadas por conta da cheia dos Rios Caí e Paranhana. Parobé também registra alagamentos. Os problemas por conta da chuva intensa também atingem outras áreas. Confira abaixo:
Às 4h30 de hoje, o pluviômetro instalado na sede dos Bombeiros, que fica no Centro da cidade, marcava 124.6 milímetros de chuva em 24 horas, volume alto para Igrejinha, segundo a corporação.
Imagens divulgadas pelos Bombeiros mostram a inundação atingindo a Rua Theodoro Júlio Ritter, no bairro XV de Novembro às 3h30. Em alguns locais inundados, o resgate teve que ser feito de barco.
Desabrigados
As famílias desabrigadas foram encaminhadas para o barracão luterano. Nesta manhã, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Igrejinha ainda não tinha a informação do número exato de pessoas retiradas das áreas ribeirinhas. Nesta manhã, os bombeiros informaram que muitos dos atingidos preferiram ficar na casa de parentes e conhecidos.
Há necessidade de doação de itens, como cobertores, travesseiros e alimentos. Os donativos podem ser entregues diretamente na Escola Balduíno Robinson, localizada na Rua Tristão Monteiro, 1015 - Linha 28.
Em caso de emergência, entre em contato com o Corpo de Bombeiros Voluntários pelo telefone 193 ou com a Defesa Civil (51) 99327-5245.
O Rio dos Sinos estava em 4,44 metros nesta manhã e já atingia parte da Rua da Praia, no bairro Rio dos Sinos. Conforme a Defesa Civil de São Leopoldo, o nível do rio na cidade está subindo 1 centímetro desde as 4h da manhã. Nas últimas 48 horas, choveu 92 milímetros na cidade. A precipitação total neste periodo de 48h: 92mm.
A subida rápida do Rio Caí, no Vale do Caí, já deixa famílias desabrigadas – é segunda vez em uma semana. Até as 8 horas desta quarta-feira (8), 27 famílias já tinham sido removidas em São Sebastião do Caí, sendo 91 pessoas, entre adultos e crianças. Mas a situação deve piorar, conforme avaliação do coordenador da Defesa de São Sebastião do Caí, Pedro Griebler, que já estima um número de perto de 1,2 mil pessoas.atingidas pela cheia, podendo ficar desabriagdas ou desalojadas. Isso com a projeção do rio passando dos 13 metros.
Conforme Griebler, durante a noite de ontem e a madrugada de hoje, o nível do rio chegou a subir 80 centímentros por hora. Nesta manhã, a velocidade é de 25 centímetros por hora, cheganda a 12,10 metros às 8 horas. "A gente só consegue projetar seis horas a frente, mas indica que a enchete será forte", ressalta.
Desde o final da noite de ontem, o prefeito Diego Picucha e equipes da prefeitura têm trabalhado ininterruptamente, incluindo cerca de 30 pessoas, entre Gabinete do Prefeito, Secretaria de Obras, Assistência Social, Saúde, Defesa Civil, entre outras, que trabalharam noite adentro com caminhões e barcos na contenção dos estragos. "O momento é de solidariedade, e por isso agradeço a quem pode ajudar. A situação é delicada e muitas famílias tiveram perdas significativas e demorarão para se recuperar. Quem precisar de caminhão ou qualquer auxílio, por favor, entrar em contato diretamente no celular do Gabinete do Prefeito pelo telefone 99265-8679. O mesmo número pode ser utilizado por quem puder ajudar de qualquer forma neste momento", informa Picucha.
A chuva continua a causar transtornos na Serra gaúcha. Somente na terça-feira, dia 7, o Corpo de Bombeiros atendeu dez ocorrências de quedas de árvores que bloquearam vias, alagamentos e deslizamentos, em Gramado e Canela. A Defesa Civil interditou três casas, em Gramado, na noite de ontem, por causa do desmoronamento de terra e pedras de um barranco. Segundo o coordenador da Defesa Civil de Gramado, Alexandre Santos, o talude não foi rompido, mas há o risco de queda e, por isso, as famílias foram orientadas a deixar as casas.
Em Canela, casas do bairro São José foram alagadas pelo grande volume de água das chuvas e a Prefeitura precisou instalar bombas de sucção para retirar a água acumulada. Os bombeiros foram acionados também por causa de um deslizamento na Rua Tia Laura, mas a guarnição não constatou risco iminente de desabamento.
Em Rolante, o Rio Areia saiu do leito no bairro Grassmann durante a noite e o Rio Rolante se estabilizou no começo da manhã. A Rótula da Cuqueira, no acesso à cidade, ficou alagada, impedindo a passagem de veículos leves. Na cidade, três famílias precisaram sair de casa e ir para a residência de parentes.
A atualização mais recente dos Bombeiros Voluntários da cidade indicava que a passagem de veículos no acesso a Rolante estava liberado com o recuo das águas. O acesso à localidade de Rolantinho seguia interditado e a Riozinho estava liberado. O bairro Grasmann também teve pontos de alagamento.
Às 11 horas, a informação no Corpo de Bombeiros era que o acesso a Alto Rolantinho, na altura da ponte, estava bloqueado. Também havia pontos de bloqueios na Linha Reichert, bairro Contestado, na Estrada Velhae na Mascarada, no limite com Riozinho. "A água está baixando, mas de forma lenta", informou o bombeiro voluntário Luis Fernando de Lima.
"Até o momento, o Corpo de Bombeiros de Taquara já resgatou mais de 50 pessoas do bairro Santa Maria. Aqueles que não estão indo para casa de parentes, estão sendo abrigados na sede campestre do CTG O Fogâo Gaúcho", informou Marlon.
Apesar das fortes chuvas desta madrugada, Canoas não registrou alagamentos, nem outros tipos de ocorrências decorrentes do temporal. O secretário Especial da Defesa Civil de Canoas, Rodolfo Pacheco, explica que até esta manhã, nenhum chamado de auxílio havia sido feito porém, as equipes da Defesa Civil estão em alerta em função do aumento do nível dos rios.
Segundo Pacheco, há previsão de inundação nos próximos dias, principalmente, na Prainha do Paquetá e na Rua da Barca, regiões ribeirinhas e de histórico de enchentes. “Choveu muito em Lajeado e Igrejinha e esta água vai descer e chegar em Canoas. Nossa experiência mostra que a água que desce acaba causando inundações, que neste caso, deve acontecer entre amanhã ou sexta-feira”, explica. As famílias das duas localidades são acompanhadas pelas equipes da Defesa Civil.
No entanto, a água deixa estragos. Ontem, o dia foi de muito trabalho para os próprios bombeiros e a prefeitura. Deslizamentos de encostas e muros, além de queda de árvores também foram registrados. Os principais problemas aconteceram nos bairros CTG, Eucaliptos, Sander, Centro e Vilão. No entanto, no começo da tarde de quarta-feira já não havia mais pontos de bloqueio na cidade. “Agora é só hora de limpar e reconstruir mesmo”, resume Dreher.