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Nova gasolina passa a ser obrigatória a partir desta segunda-feira em todo o Brasil

Com mais densidade e maior octanagem, nova formulação exigida pela Agência Nacional do Petróleo chega aos postos de combustíveis prometendo redução de até 6% no consumo

Publicado em: 03.08.2020 às 09:09 Última atualização: 03.08.2020 às 09:12

Segunda-feira é o último prazo para as refinarias se adequarem às novas regras Foto: Inézio Machado/GES/Inezio Machado/GES
A nova gasolina, que deve aumentar o rendimento do motor e aumentar a economia passa a ser obrigatória em todo o território brasileiro a partir desta segunda-feira (3). Devido às reclamações pela qualidade do combustível vendido no País, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) determinou em janeiro as mudanças, por meio da resolução 807/20. Além disso, hoje também começa a fiscalização pela ANP às empresas produtoras, como a própria Petrobras, que domina 90% do mercado no País. Trinta dias depois terá início a fiscalização em postos de combustíveis.

A ANP estabelece que a octanagem mínima de 92 pela metodologia RON, mais adequada às novas tecnologias de motores. Assim, a partir de hoje, 100% da gasolina comum produzida nas suas refinarias terá octanagem mínima de 93. A de alta octanagem da Petrobras, a Podium, também vai melhorar, saltando das 97 octanas exigidas para 102, ultrapassando até a gasolina comum alemã, tida como uma das melhores do mundo, com 100 octanas. "A intenção da nova gasolina é frear as importações de produtos com baixa qualidade e aproximar o nosso combustível ao dos Estados Unidos e Europa", diz o especialista da Petrobras em Desenvolvimento de Novos Produtos, Rogério Gonçalves.

"A nova gasolina já está no carro dos brasileiros, reduzindo de 4% a 6% o consumo e conferindo melhor proteção aos motores", explica Gonçalves.




Petrobras diz que eventual custo extra é compensado pelo maior rendimento

João Carlos Dal'Aqua, presidente do Sulpetro, sindicato que representa os postos de combustíveis no Estado, adianta que não há como prever qual o percentual de reajuste, pois os preços cobrados dependerão dos valores repassados pela Petrobras e pelas distribuidoras de combustíveis. "Cada posto é livre para praticar os preços de acordo com suas margens e estrutura de custos. O sindicato também não influencia no repasse ou não de reajustes e nem pode determinar valores no mercado", diz.

Nova gasolina, refinarias da Petrobras Foto: Divulgação

A Petrobras ressalva que o ganho de rendimento compensará uma eventual diferença financeira, pois será possível rodar mais quilômetros por litro. O preço é definido pela cotação no mercado internacional e outras variáveis como valor do barril do petróleo, frete e câmbio. Assim, esses fatores podem variar para cima ou para baixo e são mais influentes no preço do que o custo adicional de especificação. Além disso, a estatal é responsável por apenas 30% do preço final da gasolina nos postos de serviço. As demais parcelas são compostas por tributos, preço do etanol adicionado e margens das distribuidoras e revendedores.

Quanto à utilização, o presidente do Sulpetro sublinha que pode ser utilizada em qualquer modelo, seja com injeção eletrônica ou carburador. E não há necessidade de nenhum ajuste. "Outras particularidades da gasolina nacional não mudarão, como a porcentagem de etanol misturado, que foi mantido em 27% para as gasolinas comum e aditivada, e em 25% para a gasolina premium", destaca.

O presidente do Sulpetro aposta que a novidade vai sim reduzir as possibilidades de adulteração. "Ajudará na melhoria da qualidade, especialmente no caso da gasolina importada, que, muitas vezes, pode vir com uma especificação muito falha, podendo conter a adição de solventes ou outros componentes químicos que prejudiquem a sua composição", conclui.

O que é octanagem?

É a capacidade que o combustível tem, em mistura com o ar, de resistir a altas temperaturas na câmara de combustão, sem sofrer detonação, também conhecida como batida de pino e que pode destruir o motor. Quanto maior a octanagem, maior será a resistência à detonação. O manual de cada veículo especifica o tipo de gasolina mais adequada. Gasolinas com octanagem maior poderão ser usada sem problemas.

Os tipos de gasolina

Comum: é a mais barata vendida nos postos e adição de 27% de álcool anidro. Tem 87 octanas e será substituída pela nova formulação, com 93 octanas.

Aditivada: trata-se da gasolina comum com aditivos colocados para manter a limpeza interna do motor.  

Premium: recebe aditivos e tem octanagem maior. A Podium, da BR, por exemplo, hoje tem 97 octanas, e passará para 102.

As mudanças

A nova especificação, oficialmente em vigor no dia 3 de agosto, traz algumas mudanças em relação à vigente atualmente no Brasil. Entre as principais inovações estão a exigência de uma massa específica (densidade) mínima de 715 kg/m³.

Hoje não há requisito de massa específica mínima para a gasolina vendida no Brasil. Outra alteração é a necessidade de octanagem mínima de 92 pela metodologia RON, mais adequada às novas tecnologias de motores introduzidas no País. Essa metodologia será utilizada em conjunto com a MON, já adotada atualmente. Outras particularidades da gasolina nacional não mudarão, como a porcentagem de etanol misturado, que foi mantido em 27% para a comum e aditivada e em 25% para a gasolina premium.

 

Shell garante que sua gasolina já atende especificações

A gasolina comercializada nos 6,5 mil postos da bandeira Shell existentes em todo o Brasil já atendem há mais tempo às novas especificações da ANP, garante a Raízen, licenciada da marca no País. Também contatada pela reportagem, as distribuidoras Ipiranga e BR Distribuidora não confirmaram se já distribuem a nova gasolina.

 

Quais são os métodos que determinam a octanagem?

MON (Motor Octane Number) ou método Motor - ASTM D2700, que avalia a resistência da gasolina à detonação, na situação em que o motor está em plena carga e em alta rotação.

RON (Research Octane Number) ou método Pesquisa - ASTM D2699, que avalia a resistência da gasolina à detonação, na situação em que o motor está carregado e em baixa rotação (até 3000 rpm).

Índice Antidetonante (IAD) - média dos dois métodos, que deixa de ser usada no País.

Fonte: Petrobras

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