Corpo de jovem é encontrado próximo a carro blindado abandonado em Gravataí

Não é de hoje que se fala de um novo Caveirão da Morte circulando pelas ruas de Gravataí. Pois o assunto veio à tona novamente nesta terça-feira (11), quando uma Renault Duster foi encontrada pela Brigada Militar (BM) em uma cena de crime. A Duster completamente adaptada com chapas de ferro era muito semelhante ao Honda Civic que uma quadrilha de traficantes oriunda da cidade usou para aterrorizar no meio da década passada.

A Duster foi achada abandonada na Rua Domício Gama, no bairro Morada do Valei I, logo após uma série de tiros ouvidos pelos moradores. A caminhonete tinha manchas vermelhas de sangue no banco de trás, conforme constataram os policiais militares (PMs) que foram os primeiros a chegar na cena do crime. O corpo de um jovem de 23 anos foi encontrado próximo a Estrada Vânius Abílio dos Santos, no bairro Santa Cruz, minutos depois da localizado do carro.

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deu início à investigação. A apuração aponta que a vítima havia sido tirada à força de casa, sendo executada com tiros na cabeça. Entretanto, o delegado Eduardo Amaral, responsável pela Homicídios, preferiu não confirmar qualquer hipótese sobre a relação do carro achado pelos brigadianos com o corpo do rapaz executado. "Não sabemos nada sobre a procedência do veículo ainda."

Instrumento a serviço do crime

Foi no dia 20 de outubro de 2015 que a Polícia Civil apresentou à imprensa, no Palácio da Polícia, em Porto Alegre, o chamado 'Caveirão da Morte'. A apreensão fez parte da Operação Clivium, orquestrada pela 1ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM) para desarticular o popular "bando da ladeira", formado por traficantes que comandavam o mercado de entorpecentes na cidade.

O Honda Civic blindado foi preparado pela quadrilha do traficante Vinícius Otto, o Vini da Ladeira, para ser usado como um tanque de guerra. É por isso que chapas metálicas foram colocadas atrás dos assentos. Era usado, segundo a polícia, em missões de risco da quadrilha e especialmente para a morte de rivais ou acertos de contas com membros da própria gangue que atuava na Morada do Vale.

Furos para escorrer o sangue

No detalhe mais chocante ligado ao carro, diversos furos foram encontrados no porta-malas, que era adequado para o carregamento de corpos. Os buracos na lataria serviam principalmente para a lavagem do veículo, facilitando que o sangue escorresse de forma mais fácil, conforme constataram técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP). O Renault Duster achado nesta terça-feira também possui um porta-malas reforçado e buracos nas chapas que também poderiam ser usados para escorrer sangue.