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Notícias | Região Violência e impunidade

Mãe e filho foram mortos por detento com tornozeleira em Campo Bom

Após duplo homicídio no bairro Dona Augusta, na noite de quarta-feira, apenado de 35 anos foi preso com dois jovens que teriam sido recrutados para ajudá-lo nas execuções

Por Silvio Milani
Publicado em: 20.08.2020 às 21:31

Brigada Militar isolou local do crime em beco da Rua Taquari, no bairro Dona Augusta Foto: Aiezer Medeiros/Brigada Militar
O assassinato de mãe e filho em Campo Bom, na noite de quarta-feira (19), ganhou contorno ainda mais grave pela situação do principal executor. Ele estava em prisão domiciliar, sob monitoramento do Estado. Sequer tirou a tornozeleira eletrônica para matar. Com ajuda de dois comparsas e dezenas de tiros, tirou a vida de Vanusa Patricia de Oliveira Muck da Silva, 31 anos, e Erick Gustavo de Oliveira Muck, 16, na frente da casa das vítimas. Os três foram presos. O motivo é investigado. A Polícia tenta identificar uma mulher envolvida.

Vanusa Patricia de Oliveira Muck da Silva, de 31 anos, e Erick Gustavo de Oliveira Muck, de 16 anos Foto: Reprodução
Os detalhes do duplo homicídio foram apurados durante a madrugada desta quinta-feira (20). Um Gol cinza escuro, conduzido por uma loira, parou em um beco na Rua Taquari, bairro Dona Augusta, e três homens desceram com armas em punho, por volta das 20 horas. Foram direto a uma casa. “Como a família estava dentro, jogaram uma pedra no carro na garagem. Com o estouro, o adolescente saiu e foi alvejado. A mãe também foi ao pátio e levou vários tiros, quase no portão da frente”, relata o chefe de Investigação de Campo Bom, comissário Cláudio Dineck.

Pistolas

O trio voltou ao Gol, que teria arrancado em direção ao bairro Canudos, em Novo Hamburgo. Familiares levaram as vítimas ao Hospital Lauro Réus, onde as mortes foram confirmadas. “Foi execução. Os tiros, de pistolas calibres 9 milímetros e 380, atingiram principalmente tórax e rosto”, acrescenta Dineck.

Brigada prendeu trio no bar do presidiário

Por volta das 21h30, a Brigada Militar prendeu os três suspeitos. Estavam no Bar dos Amigos, a 500 metros da casa das vítimas. O dono é justamente o suposto mentor da execução, Jacson Calistro, 35 anos. Na revista, os policiais constataram que usava tornozeleira eletrônica. Na casa dele, nos fundos, foram apreendidos 20 gramas de crack e 506 pinos vazios para embalar cocaína, além de nove estojos para munição calibre 9 milímetros e três de calibre 380. Os dois detidos com o presidiário não tinham antecedentes. Daniel Conceição Zanella, 18, e um adolescente de 17 anos também foram autuados em flagrante pelo duplo homicídio. Calistro e Zanella seriam encaminhados ao presídio. O Ministério Público pediu a internação do menor no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), em Novo Hamburgo.

“Nossas equipes fizeram o cerco, buscaram informações e prenderam os autores. Crimes contra a vida e com violência têm que ter resposta rápida”, frisa o comandante da Brigada no Vale do Sinos, tenente-coronel Carlos Daniel Schultz Coelho.

Polícia quer chegar à mulher do Gol cinza

As armas do crime não foram encontradas. O comissário acredita que tenham sido levadas pela condutora do Gol cinza escuro, do modelo conhecido como “bolinha”. Devido à escuridão, não há informações sobre características físicas da motorista. “Estamos tentando identificar essa mulher, pois teve participação importante nesse gravíssimo crime e deve ser responsabilizada.” Dineck salienta que informações podem ser passadas para os telefones do setor de Investigação - (51) 3597-1313 ou (51) 98152-1001 (WhatsApp). “O sigilo é garantido”, observa.


Indiciados ficaram em silêncio

Por orientação do advogado, os três presos ficaram em silêncio na Central de Polícia de Novo Hamburgo, onde foi feito o Auto de Prisão em Flagrante. Usaram o direito de só falar em juízo. “Apuramos que houve um desentendimento entre o apenado e a mulher assassinada, mas ainda não sabemos o que desencadeou essa situação”, revela o comissário.


O condenado

Jacson Calistro Com antecedentes por homicídio, tráfico de drogas, extorsão e furtos, o apenado do semiaberto Jacson Calistro ganhou prisão domiciliar no dia 10 do mês passado da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre. Recebeu a tornozeleira, saiu da Colônia Penal Agrícola de Charqueadas e foi para casa, no bairro Dona Augusta, em Campo Bom. Era para ficar no lar, sob monitoramento do Estado. Mas, segundo a Polícia, foi matar.

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