O que levou a Amvars a optar pelo não retorno das aulas presenciais na rede pública municipal

Os prefeitos da região 7, que no modelo de Distanciamento Controlado são representados pela Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars), definiram em conjunto por não retomar as aulas presenciais na rede de ensino público municipal. A decisão foi tomada em reunião virtual na tarde desta quarta-feira (23). A exceção fica para os 9ºs anos do ensino fundamental, que poderá ter encontros presenciais, de acordo com a opção de cada município e seguindo critérios e protocolos que ainda serão discutidos pela Associação.

Com a definição, segundo a presidente da Amvars e prefeita de Dois Irmãos, Tânia Terezinha da Silva, o calendário escolar deve seguir com as aulas remotas até o final de dezembro ou início de janeiro. “Desde maio a região 7 começou a se organizar para as aula remotas e capacitou os professores, assim como os municípios já têm seus calendários organizados. As aulas remotas mostram um resultado positivo. Claro que não é o ideal, mas é o que a realidade permite”, pontua.

Motivos

A incerteza sobre a possibilidade das aulas devido às bandeiras, assim como garantir o controle e cuidado rigoroso com toda a rede pública foram pontos importantes para a decisão da Amvars. “Os prazos para a retomada são incertos, não temos como garantir que vai ter bandeira laranja e é uma mobilização muito grande para tanta incerteza”, explica Tânia, fazendo referência a alternância de bandeiras entre vermelha e laranja nas últimas quatro semanas.

A presidente ainda explica que a rede pública é responsável pelo maior número de alunos e que uma retomada precisa levar em conta ainda o transporte, assim como os próprios professores. “Uma escola privada tem um número muito menor de alunos, o que possibilita maior controle e por isso o retorno deles será discutido ainda. A rede pública o volume de alunos e equipe é muito maior. Falando de minha cidade por exemplo, se na rede pública são 5 mil alunos, na privada são 200. São realidade diferentes”, justifica. Tânia ainda cita o transporte como outro fator relevante. “Isso também é algo importante. Se parar para pensar, um número muito grande de pessoas estão sob o guarda-chuva do poder público e, por isso, a gestão é diferente”.

Sobre a possibilidade de retomada apenas do último ano do ensino fundamental, a justificativa recai sobre dois aspectos: a maior efetividade do regramento aplicado e a importância do último ano antes do ensino médio. “O último ano prepara os alunos para sair na rede e ingressar um um outro nível do ensino, além disso, pela idade desses alunos, eles já tem uma compreensão maior da situação e das regras, o que torna o cuidado mais eficaz”, finaliza.

Novo Hamburgo vai acatar

A rede pública de ensino de Novo Hamburgo deverá acatar a definição da Associação, segundo comunicou a assessoria de comunicação. A forma como as atividades dos 9ºs Anos será feita ainda será discutida e a proposta apresentada futuramente. 

Assim que publicada a definição da Amvars, o Sindicatos dos Professores Municipais de Novo Hamburgo (Sindiprof-NH) se manifestou. "Esperamos um posicionamento oficial do Governo Municipal de Novo Hamburgo sobre a possibilidade ou não de retorno dos nonos anos, ao nosso ver, impossível de ocorrer. De qualquer forma, a decisão foi fruto da pressão do magistério de toda a região para que os municípios não acatassem a proposta absurda do Governo Estadual. Em Novo Hamburgo, iniciamos a campanha pelo retorno seguro há meses, dadas as condições vividas. Já se faz necessário também pensar no próximo ano, pois há possibilidade de ainda estarmos em situação semelhante a atual", escreveram.