Publicidade
Notícias | Região Investigação

Diocese de Novo Hamburgo conclui que padre suspeito de pedofilia caiu no golpe dos nudes

Grupo composto três clérigos, dois advogados, uma psicóloga e uma assistente social avalia o caso

Publicado em: 01.10.2020 às 11:19 Última atualização: 01.10.2020 às 11:41

Padre é investigado por pedofilia Foto: Reprodução
Por meio de nota, a Diocese de Novo Hamburgo emitiu esclarecimento sobre o caso de padre investigado por pedofilia na região. O sacerdote, que não teve o nome informado, teria trocado fotos íntimas pelo WhatsApp, com suposta menina, que disse ter 15 anos. O padre, assim como a Diocese corrobora, alega que foi vítima de golpe praticado por homem que exigiu dinheiro para não divulgar o conteúdo nas redes sociais.

Segundo a Diocese, uma Ouvidoria Canônica Diocesana investigou o caso e "chegou à conclusão de que não existiu uma vítima menor de idade e sim golpistas aproveitando-se do anonimato da internet, exigindo quantia em dinheiro, insistentemente, sob a ameaça de divulgação, denegrindo a imagem do padre e da igreja católica local."

A diocese ainda alega que os crimes (golpe e extorsão) são investigados também na esfera criminal, "onde, seguindo o devido processo legal, poderão resultar em apontamento de algum crime porventura cometido pelo sacerdote". 

O grupo é composto de três clérigos, dois advogados, uma psicóloga e uma assistente social, seguindo as recomendações do papa Francisco estes casos. 

Leia a nota na íntegra:

"NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Diocese de Novo Hamburgo, em comunhão e obediência irrestrita ao Papa Francisco, instituiu uma Ouvidoria Canônica Diocesana composta de três clérigos, dois advogados, uma psicóloga e uma assistente social. O objetivo principal deste órgão canônico autônomo é acolher denúncias contra sacerdotes e religiosos acusados de abuso sexual contra menores e pessoas em situação de vulnerabilidade, investigá-los e apurar sua legitimidade e, verificada a veracidade da denúncia, possam ser encaminhados ao Tribunal Eclesiástico e às autoridades civis.

No caso particular, descrito pela reportagem no Jornal NH no dia 01 de outubro, é importante dizer que o padre citado, ao dar-se conta do erro que cometeu, apresentou-se voluntariamente à autoridade eclesiástica que, imediatamente, encaminhou o caso para a Ouvidoria Canônica. Na análise preliminar do caso, a ouvidoria percebeu fortes indícios de que a vítima era o padre, alvo de extorsão pura e simples e, como medida preventiva, indicou ao sacerdote que apresentasse denúncia na delegacia, onde foi lavrado boletim de ocorrência.

O caso em questão foi amplamente estudado pela Ouvidoria Canônica, que chegou à conclusão de que não existiu uma vítima menor de idade e sim golpistas aproveitando-se do anonimato da internet, exigindo quantia em dinheiro, insistentemente, sob a ameaça de divulgação, denegrindo a imagem do padre e da igreja católica local.

Os interlocutores golpistas jamais fizeram abordagem que permitisse deduzir a existência de uma menor de idade como vítima, em sofrimento ou dor por suposta exposição a crime do gênero. Mas isso não é novidade, pois, recentemente, o Grupo Sinos repercutiu muito o golpe dos nudes, praticado por quadrilha especializada, no intuito de extorquir empresários casados, utilizando-se desse mesmo estratagema, fotos com supostas menores, ameaçando divulgação nas redes sociais, abalando o nome e a honra das pessoas. O presente caso guarda toda semelhança, a exemplo de outros que se noticiam pelo Brasil afora, envolvendo padres de outras dioceses. O perfil do padre o faz vítima potencial das quadrilhas.

Por isso a conclusão até aqui de que referido sacerdote foi vítima de golpe e extorsão, crimes que já estão sendo investigados também na esfera Criminal, onde, seguindo o devido processo legal, poderão resultar em apontamento de algum crime porventura cometido pelo sacerdote. Vale destacar que a denúncia de abuso de menor e vulnerável cometida por um clérigo é investigada na esfera canônica e civil, cada uma com suas leis e ritos próprios e são, desta forma, independentes e não se anulam, pelo contrário, se completam.

A Diocese adotou todas as medidas recomendadas ao caso pelo Papa Francisco, à luz das conclusões da Ouvidoria Canônica, e confia na Justiça e nas autoridades civis, que haverão de atentar para a garantia constitucional da inviolabilidade da honra e da imagem das pessoas, que ninguém pode ser considerado culpado sem um justo julgamento, sem culpa transitada em julgado.

Novo Hamburgo, 01 de Outubro de 2020.

OUVIDORIA CANÔNICA DIOCESANA"

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Encontrou erro? Avise a redação.
Publicidade
Matérias relacionadas
Botão de Assistente virtual