Publicidade
Notícias | Região Mobilidade

Obra da ponte na BR é adiada outra vez; enquanto isso, engarrafamentos seguem

A previsão dita repetidas vezes pelo Ministério da Infraestrutura, de dar início à construção das novas pontes sobre o Rio dos Sinos e sua várzea ainda em novembro, não deve se confirmar. Trata-se de um dos maiores gargalos da região

Por Thiago Padilha
Publicado em: 07.11.2020 às 03:00 Última atualização: 07.11.2020 às 19:33

As quatro pistas da BR-116 e as quatro da Avenida Getúlio Vargas (lateral da rodovia no Centro) se afunilam para cruzar o Rio dos Sinos, causando lentidão Foto: Diego da Rosa/;GES/Diego da Rosa/GES
Mais uma vez, o começo da obra de construção das novas pontes sobre o Rio dos Sinos e sua várzea na BR-116, em São Leopoldo, foi adiado. A nova previsão do Ministério da Infraestrutura é colocar as equipes para erguer as estruturas no trecho ainda em dezembro deste ano. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a empresa responsável pela elaboração dos projetos e execução do serviço já entregou ao órgão federal o projeto básico para análise.

Entretanto, o Dnit solicitou algumas correções, que estão sendo providenciadas pelo consórcio EPG, MAC, Sogel e Iguatemi, vencedor da licitação realizada em 2016, e que passarão por nova análise da autarquia. Além disso, ainda é esperada a licença de instalação, que segue o Programa de Rodovias Federais Ambientalmente Sustentáveis (Profas) e é emitida pelo Ibama. A pandemia atrasou as atividades em campo para o projeto básico.

O plano de melhorias na BR-116 prevê diversas intervenções para adequação da rodovia como terceiras faixas, as pontes sobre o Sinos, melhorias das vias laterais e a construção de novos viadutos na interseção no bairro Scharlau, em São Leopoldo.

Nesse primeiro momento, o consórcio apresentou somente o projeto da ponte. "No sistema RDC integrado (de contratação), a empresa é responsável pelo projeto e execução da obra. O Dnit analisa e aceita os projetos. A responsabilidade é das empresas consorciadas", reforça João Miguel Bastian, diretor da Sogel, empresa que integra o consórcio.

Pontes sobre o Rio dos Sinos e sua várzea

Novas estruturas têm extensão de 101,4 metros cada por 11,3 metros de largura. Serão quatro fundações no leito do rio e duas nas extremidades. Haverá acessos à lateral.

Dinheiro para melhorias
  • R$ 70 milhões de reais são necessários para melhorias
  • Metade deste total é para a construção das pontes e o restante para erguer os viadutos na rodovia federal.

 

De 30 a 40 homens devem erguer estruturas

Ainda segundo Bastian, ainda não há previsão de quantos trabalhadores serão utilizados para erguer as duas pontes. "O projeto está saindo do forno agora. Por enquanto está lá no Dnit para análise e aceitação. Depois faremos o planejamento executivo da obra, que vai definir essas questões. Mas para obras deste porte serão necessários entre 30 e 40 homens", estima. O consórcio ainda não tem como prever quanto tempo vai demorar para ser finalizada.

 

Para acabar com o engarrafamento

Enquanto as obras não são realizadas, quem transita pelo trecho enfrenta lentidão nos dois sentidos, principalmente entre o Rio dos Sinos e o viaduto da Scharlau. No Centro de São Leopoldo, as quatro pistas existente até a Avenida Dom João Becker viram duas para cruzar o rio. E no bairro Santos Dumont, uma imensa fila se forma com os carros e caminhões que ficam parados na sinaleira. O professor leopoldense Luis Fernando Palm, 46 anos, enfrenta esse trânsito. "O grande problema desse trecho é que grande parte dos veículos que passam aqui não são de moradores de São Leopoldo ou cidades vizinhas, são pessoas que vão da capital à Serra e vice-versa", pondera.

Já no cruzamento da BR-116 com a RS-240, filas se formam tanto na rodovia federal quanto na estadual em função da sinaleira existente no local Foto: Diego da Rosa/;GES/Diego da Rosa/GES

As intervenções previstas pelo Dnit para o trecho inclui a construção de duas pontes, nos dois sentidos, sobre o Rio dos Sinos e sobre a várzea (área que fica inundada nos períodos de cheia). As estruturas devem ter 101,4 metros de extensão por 11,3 metros de largura cada, com quatro fundações no leito do Sinos e duas nas extremidades. E prevê ainda dois novos acessos à Avenida Senador Salgado Filho, nos bairros Campina e Rio dos Sinos, próximo da trincheira sob as pistas.

Já no bairro Scharlau, serão erguidos dois viadutos, eliminando as sinaleiras do local. Um na BR-116, no sentido interior-capital, garantindo o acesso direto por cima dele dos veículos à Avenida Senador Salgado Filho. Por baixo, faixas seguem para Novo Hamburgo e São Leopoldo, no sentido para o Vale do Sinos, e Vale do Caí e Serra, no sentido inverso, sem parada. O outro na RS-240 vai permitir o acesso direto de quem transita no sentido Portão-São Leopoldo para Novo Hamburgo por cima da estrutura. Por baixo, circularão os motoristas que vêm de São Leopoldo com destino ao Vale do Caí e Serra. A passarela sobre a RS-240, próximo à Paróquia Nossa Senhora Aparecida e a um supermercado, deverá ser retirada do local. O Dnit negocia com o Departamento Autônomo de Estrada de Rodagem (Daer) para viabilizar a obra.

 

Novos viadutos na BR-116 e RS-240

O Dnit prevê a construção de dois novos viadutos no cruzamento das rodovias, eliminando a necessidade de uma sinaleira para organizar o tráfego de veículos na Scharlau.

 

Senador cobra celeridade

Para agilizar o processo de início da obra das pontes sobre o Sinos e várzea, o senador gaúcho Luis Carlos Heinze (Progressistas) tem acompanhado de perto as tratativas com o ministério e Dnit. Na visita do ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ao Rio Grande do Sul, no mês passado, ele aproveitou para tratar da duplicação da estrutura em São Leopoldo. O senador já solicitou ao Ibama agilidade na emissão da licença ambiental para viabilizar o início da obra ainda este ano.

 

Mobilização dos deputados

Os deputados federais Marcel van Hattem (Novo) e Lucas Redecker (PSDB) também têm atuação forte por essas obras. "Estamos monitorando junto ao ministério e ao Dnit a situação do início da obras. Esta é uma obra importantíssima para a região, pois vai facilitar a vida de muitas pessoas que dependem do trecho no seu dia a dia", afirma Van Hattem. "O ministro fez reunião com a bancada gaúcha para garantir o recurso para dar continuidade à obra da ponte", acrescenta Redecker.

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Encontrou erro? Avise a redação.
Publicidade
Matérias relacionadas
Botão de Assistente virtual