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Escolas resistem em fechar e aguardam posicionamento do Estado

Regra do modelo de Distanciamento Controlado determina que escolas de regiões que estejam há duas semanas na bandeira vermelha não devem atender presencialmente, situação do Vale do Sinos. Mas região tenta convencer Estado do contrário e algumas escolas seguem abertas

Por Ermilo Drews
Publicado em: 24.11.2020 às 12:56 Última atualização: 24.11.2020 às 13:16

Representantes de escolas de educação infantil defendem que estabelecimentos são seguros e criticam incoerência do governo Foto: Ermilo Drews/GES-Especial
A determinação de interrupção das aulas em regiões com bandeira vermelha pela segunda semana consecutiva causou críticas de sindicatos e de muitas instituições, especialmente privadas. Embora muitas escolas não tenham atendido presencialmente nesta terça-feira, 24, algumas delas seguem abertas.

É o caso da Escola de Educação Infantil Pingo de Gente, de Novo Hamburgo. A diretora Gladis Sarquiz argumenta que a instituição não registrou surto nos quase dois meses aberta e o fechamento comprometeria a rotina das famílias. “Os pais pedem para não fechar porque vai criar muito estresse, eles já estão completamente organizados, e a escola, no momento, é o lugar mais seguro para as crianças”, defende. Além de atender 70% da demanda, a Pingo de Gente disponibiliza álcool gel, medição de temperatura, mantém marcação para distanciamento em toda a área da instituição, prioriza aulas ao ar livre e com janelas abertas.

“As crianças respeitam os protocolos mais que muito adulto por aí, que estão se aglomerando em bares da cidade, sem máscara. Mas eles podem seguir abertos. Feiras podem acontecer. Isso é uma incoerência sem tamanho”, critica. “E ninguém pensa no lado emocional das crianças, com esta abertura e fechamento constantes.”


Comprovação de 'espaços seguros'

Presidente da União das Escolas Privadas de Educação Infantil dos Vales (Uepei), Vanessa Lobo Reis reforça a posição de que as escolas têm comprovado serem espaços seguros para as crianças. “Seguimos protocolos rígidos.” Ela informa que foi encaminhado ao comitê de crise do Estado, ainda em outubro, pedido para que as instituições de ensino não ficassem condicionadas ao modelo de Distanciamento Controlado do Estado, o que foi reforçado na última semana com deputados estaduais da base do governo e com a Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars).

Em Ivoti, escolas privadas como o Instituto Ivoti, além dos 9º anos do ensino fundamental da rede municipal, tiveram aulas nesta terça-feira, seguindo orientação da prefeitura. "Esta intermitência é muito prejudicialno processo de construção da aprendizagem, na própria rotina das famílias e dos alunos. E olhando ao redor, tudo pode, só aula que não", questiona o diretor do Instituto Ivoti,Everton Augustin.

Nesta terça-feira, o governador Eduardo Leite se reunirá com o Gabinete de Crise e o Ministério Público para tratar da situação das escolas em regiões com bandeira vermelha pela segunda semana consecutiva. Pelas regras atuais do modelo de Distanciamento Controlado, as instituições de ensino destas regiões teriam que deixar de atender presencialmente.

Sindicato do Ensino Privado defende manutenção das aulas

Em nota, o Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) reafirma sua posição de que as escolas devem permanecer com aulas presenciais. “As instituições que optaram por abrir suas portas apresentaram planos de contingência – que atendem itens como o distanciamento entre os alunos, menor circulação nas instituições e medidas de higienização – e estão cumprindo protocolos sanitários rigorosos para que seus alunos tenham o máximo possível de segurança”, salienta.

O Sinepe defende ainda que muitos países que vivem a segunda onda e decretaram lockdown mantiveram suas escolas em funcionamento, já que pesquisas apontam que crianças não são vetores de transmissão, além de serem menos afetadas pelo vírus. "O Sinepe espera que o governo do Estado e as prefeituras entendam a necessidade das crianças estarem na escola, um ambiente seguro, sob pena de terem agravados os efeitos psicológicos do isolamento, já apontados em diversos estudos", frisa.

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