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Notícias | Região Decisão

Antiga tutora de Tintim é denunciada por maus-tratos e abandono do animal

Decisão judicial ainda autoriza a doação do cachorrinho para uma nova família

Por Renata Strapazzon
Publicado em: 08.12.2020 às 11:25 Última atualização: 08.12.2020 às 11:32

A história de Tintim, o cãozinho deficiente abandonado duas vezes no mesmo dia no início deste ano em São Leopoldo ganhou um novo e importante capítulo esta semana. Em decisão divulgada segunda-feira (7), o juiz Guilherme Freitas Amorim autoriza a doação do cachorrinho para uma nova família. Desde o início do processo o fiel depositário de Tintim era o ex-secretário de Proteção Animal da cidade, Anderson Ribeiro. 

Além disso, no despacho, o magistrado recebe a denúncia de maus-tratos e abandono contra a antiga dona do animal, que aparece em imagens de câmeras de segurança o deixando em frente a empresa onde o marido trabalhava. "Em análise feita em sede de cognição sumária, verifico que estão presentes nos autos elementos de justa causa da ação, porquanto há indícios de existência do fato, bem como de autoria pela acusada”, informa a decisão do juiz. Em relação ao homem, acusado pelo segundo abandono do animal na Sempa, o juiz acolheu o pedido do Ministério Público de arquivamento do inquérito policial.

Na decisão, o juiz ressalta que por conta da pandemia, apenas audiências urgentes estão sendo realizadas. “ (...) devendo os presentes autos aguardarem em escaninho específico do cartório até que haja regularização da situação e seja possível a designação do ato”. Advogado da antiga dona de Tintim, Guilherme Moschini Becker, se disse surpreso com a decisão e garante que vai recorrer. “Não fomos ouvidos no processo, não ocorreu uma defesa prévia”, diz. “Estamos aguardando a intimação, para a partir disso, lermos o teor da denúncia e arrolarmos as provas para eventual recurso”, explica. Becker destaca que no caso da cliente dele não houve maus-tratos nem abandono do animal.

“No dia do fato minha cliente e o companheiro tinham tido um desentendimento. Ela havia mandado mensagem para ele, que era o dono do cachorro, dizendo que entregaria o animal na empresa onde ele trabalhava. Temos vídeo das câmeras de segurança da empresa que mostram que o Tintim ficou apenas três minutos sozinho na calçada, sendo pego em seguida pelo dono. Se fosse abandono o lapso de tempo seria muito maior”, avalia.

“Entendemos que talvez não tenha sido a melhor forma de entregar o animal a ele, mas eles tinham uma ordem que não podiam se aproximar um do outro. Ela avisou o marido que estava levando o cachorro, o porteiro da empresa viu o momento em que ela chegou. E o fato todo é o tempo que o Tintim ficou sozinho”, reforça.

Cãozinho já adaptado com a nova família 

Titular da Sempa na época do caso, Anderson Ribeiro, comemorou, em partes, a decisão judicial. “Uma pena o homem ter sido inocentado do processo e apenas a mulher seguir respondendo pelo crime. Vou estudar formas de recorrer desta decisão. Mas sobre o pet fico feliz, tenho certeza que escolhi o melhor lar, e nesses meses percebi o amor entre ambos”, conta. Conforme ele, Tintim, que desde fevereiro está sob a guarda provisória de novos tutores, na Região Metropolitana, se adaptou muito bem a nova casa. Na nova família, o cãozinho recebeu o nome de Valentim, faz tratamentos terapêuticos como reiki e cromoterapia e convive com os irmãos Raissa, Maria, Pipe e Olívia, cachorros também adotados pela família, e a ovelha Stella.

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