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Notícias | Região Sem prorrogação

Fim da ajuda do governo às empresas deixa incertezas para o novo ano

Programa que permite redução da jornada de trabalho e salários termina no próximo dia 31. Lideranças empresariais e políticas defendem prorrogação

Por Juliana Nunes
Publicado em: 14.12.2020 às 03:00 Última atualização: 14.12.2020 às 10:00

Retomada do setor calçadista Foto: Inézio Machado/GES/Inezio Machado/Arquivo-GES
Confirmado pelo Ministério da Economia para o próximo dia 31, o encerramento do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda amplia o cenário de incertezas para 2021 no meio empresarial. Em vigor desde o início de abril, a medida que permite a redução da jornada de trabalho e, por consequência, do salário de trabalhadores da iniciativa privada, será encerrada pelo governo em um momento delicado da pandemia, com números em alta e a volta das medidas de distanciamento que impactam os negócios.

O Ministério da Economia garantiu ao Jornal NH, por meio de nota, que o benefício terá fim no último dia de 2020, quando se encerra também o prazo do decreto de calamidade pública em vigor desde março no País. De acordo com o ministério, o programa "cumpriu todos os objetivos propostos, ao preservar o emprego e renda de 10,2 milhões de trabalhadores, assim como a existência de 1,5 milhão de empresas."

Embora o governo mantenha, ao menos por enquanto, a postura de não prorrogar o socorro às empresas, políticos da região têm se articulado para isso. O deputado federal Lucas Redecker (PSDB) informa que pretende levantar a discussão nesta semana. "Sabemos que o impacto da pandemia não passou e há necessidade de prorrogação da medida. Nesta segunda volto a Brasília e vamos ver se há alguma novidade", resumiu. Marcel Van Hattem (Novo) também acompanha o assunto. "Entendemos a necessidade e esperamos que seja possível uma nova Medida Provisória neste sentido. Quanto mais flexibilidade no ambiente de trabalho, melhor para todos", avalia o deputado federal.

Faltando praticamente duas semanas para o fim do ano, líderes empresariais ouvidos pelo Jornal NH estão de olho no assunto. A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), por exemplo, garante que está em contato com o governo para que sejam implementadas medidas de auxílio às empresas em 2021, especialmente devido ao crescimento dos casos de Covid-19.

 

Paulo Guedes está de olho no teto de gastos

Na última sexta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou sobre a possibilidade de novas medidas de estímulo no início de 2021, desde que não tenham impacto fiscal. "Não descartamos usar ferramentas dentro do teto, como antecipar benefícios e diferir arrecadação de impostos", afirmou.

Feira da retomada

Depois de 11 dias chegou ao fim mais uma edição da Feira da Loucura por Sapatos. O diretor-presidente da Fenac, Marcio Jung, avaliou essa edição um tanto diferente. "Conseguimos realizar uma feira com segurança, oportunizando condições para que as vendas acontecessem". Jung também destacou os protocolos de biossegurança. "O que se espera a partir desta edição é que todos os ambientes tenham este rigor de realização, através de controles de acesso e disciplina na aplicação dos protocolos. Com isso, teremos mais segurança e tranquilidade no dia a dia do cenário atual", completou. A feira, realizada em Novo Hamburgo, contou com mais de 100 expositores. Para eles, o evento serviu como retomada para os negócios, afetados pela pandemia, além de uma reaproximação com o consumidor.

Para entender

O socorro às empresas surgiu como Medida Provisória (MP 936) ainda em abril, permitindo a redução de jornada e salário (25% a 70%) e a suspensão temporária dos contratos de trabalho. Em julho a MP 936 virou lei e, em outubro, foi prorrogada até o fim do ano. Os trabalhadores com jornada reduzida ou contrato suspenso recebem auxílio do governo.

Saiba mais

:: 1,2 milhão de acordos foram firmados no Estado desde o início da medida, ainda em abril.
:: 607,3 mil trabalhadores gaúchos (24% do total) foram beneficiados com o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

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