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Notícias | Região Sapucaia do Sul

Praça em homenagem à cachorrinha Belinha deve começar a ganhar forma nos próximos dias

Espaço no Loteamento Nascer do Sol levará o nome da mascote morta com um tiro de arma pressão em outubro

Por Renata Strapazzon
Publicado em: 14.12.2020 às 08:59 Última atualização: 14.12.2020 às 09:59

Dois meses já se passaram desde que a imagem do menino Jackson Delavechia, 13 anos, chorando com a cachorrinha de estimação morta nos braços corresse o País pelas redes sociais mobilizando milhares de pessoas. A cachorrinha de pelagem caramelo e porte médio, que ganhou o nome de Belinha, era a companheira de Jackson e foi morta com um tiro de pressão na frente do garoto, no dia das crianças, na porta do mercadinho onde ele fazia compras.

Desde então, Jackson ainda não adotou um novo animalzinho de estimação. “Ele ainda não quer outro”, diz a mãe do adolescente, a funcionária pública Alexandra Moreira da Silva, 44. Para amenizar o vazio deixado pela peluda, Jackson concentra as atenções na realização de um projeto idealizado por ele, o de criar uma pracinha no lugar onde Belinha foi enterrada, no loteamento Nascer do Sol, onde aconteceu o fato e onde vive a família, no bairro Boa Vista, em Sapucaia do Sul. “Acho que essa foi uma forma que ele encontrou de enfrentar tudo isso”, avalia a mãe.

Para poder tirar os planos do garoto do papel, foram realizadas reuniões com membros da Cooperativa de Habitação Nascer do Sol, responsável pelo loteamento e representantes da Prefeitura, nas quais Alexandra conseguiu autorização para a implantação da pracinha na Rua Avenida Juventino Machado. Também foi feita uma vaquinha on-line buscando arrecadar fundos para a compra de brinquedos e a realização de melhorias no terreno.

“No início tivemos um pouco de dificuldades com a parte burocrática, mas já recebemos a topografia da área e a planta. Também conseguimos a doação de dois brinquedos e, com o dinheiro arrecadado na vaquinha, compraremos mais um. Na segunda etapa do projeto, levamos a planta até a Prefeitura para solicitar a limpeza da área e a poda das árvores, o que estamos aguardando ser feito. Se der tudo certo, até o final do ano inauguraremos a praça”, planeja Alexandra.

Segundo ela, interessados em ajudar na compra de mais brinquedos para o local podem entrar em contato por meio do telefone 9.8106.5016. “Em tempos difíceis, acredito que a pracinha possa fazer com que as pessoas tenham alguma esperança e as crianças possam interagir, aprendendo a respeitar os espaços e uma as outras. A nossa comunidade é simples e precisa sonhar”, avalia Alexandra.

Comerciante indiciado

O comerciante de 42 anos autor do tiro que matou Belinha chegou a ser preso em flagrante pela Brigada Militar no dia do fato. Aos policiais, o homem disse que a intenção não era a de matar o animal, apenas assustá-lo para sair do local. Belinha esperava na porta enquanto o dono fazia compras no estabelecimento. Um dia depois, no entanto, o comerciante foi solto pela Justiça. Ele conquistou a liberdade provisória sob compromisso de comparecer aos atos do processo, manter o endereço atualizado e não se ausentar da comarca.

Delegado responsável pelo caso, o titular da 2ª Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul, Thiago Carrijo, conta que o inquérito já foi emitido ao Judiciário, com o indiciamento do comerciante pelo crime de maus-tratos. O acusado aguarda o andamento do processo em liberdade. Após o fato, o homem e a família se mudaram de Sapucaia e o mercado foi alugado.

Aumento da pena

No final de setembro o presidente Jair Bolsonaro sancionou, sem vetos, a lei que estabelece pena de dois a cinco anos de reclusão para quem praticar atos de abuso, maus-tratos ou violência contra cães e gatos. Antes, a legislação previa pena menor, de três meses a um ano de detenção, para quem praticava os atos contra animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.

A pena é aumentada de um sexto a um terço se o crime causa a morte do animal. O termo "reclusão" indica que a punição pode ser cumprida em regime inicial fechado ou semiaberto, a depender do tempo total da condenação e dos antecedentes do réu.

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