O tradicional veraneio gaúcho, de um jeito diferente

Está aberta a tradicional temporada de veraneio dos gaúchos no litoral norte. Desta vez, porém, de um jeito diferente. Como costuma ocorrer todos os anos a partir do Natal, muitas famílias se deslocam para as praias do Estado com o objetivo de curtir os tão aguardados feriados e as férias. Só que em meio à pandemia do novo coronavírus, são necessários novos acessórios e cuidados além das usuais roupas de banho, protetor solar e óculos de sol.

E já tem gente aprendendo desde cedo a curtir o verão com mais segurança. Que o diga a pequena Larissa Klein, 2 anos, moradora de Lindolfo Collor. Ela conheceu o mar neste feriadão ao lado dos pais, que usavam máscara e carregavam o álcool gel na bolsa. "É um ano em que todos precisam se cuidar mais. Nós já viemos para cá durante a semana e vamos embora antes do ano-novo para não pegar movimento. É bom, porque nesses primeiros dias costuma ter menos gente", conta o pai, o advogado Djonas Klein, 32.

Uma das primeiras paradas da família foi a plataforma de Tramandaí. Depois, o momento foi de estrear os brinquedinhos na areia. "Procuramos não ficar perto de outros grupos e costumávamos carregar o álcool gel junto até mesmo antes, porque sempre foi uma limpeza natural para a bebê. Agora, redobramos o uso", detalha a auxiliar de pessoal Giovana Evangelista, 35.

Temporada atípica

A professora Eonir Medeiros, 64, se mudou para Tramandaí no início da pandemia para morar com o companheiro, o motorista aposentado Celso Gularte, 66, e tentar fugir da doença. Agora, está receosa com o movimento. "A gente cuida bastante. Sempre estamos de máscara, mas não é todo mundo que respeita. Usamos também nas caminhadas que fazemos diariamente", explica.

Já a gerente de departamento pessoal Patricia Gomes da Rosa, 47, é de Santo Antônio da Patrulha e curte o veraneio ao lado da filha, Yasmin Luciano, 13. "Passamos esse período aqui há mais de dez anos. Pelo ano atípico que vivemos, esta temporada vai ser diferente. Vamos manter o distanciamento e procurar horários de menor movimento", diz, acrescentando que a família retorna para casa após o ano-novo e visita Tramandaí nos finais de semana.

Mudanças no trabalho

Não é apenas quem está relaxando que viu as tradições mudarem. O carrinho da vendedora ambulante Silvana Rodrigues, 35, recebeu novos produtos - e que não estão à venda. "Tenho um álcool gel para os clientes e um para mim, que passo depois de pegar no dinheiro. Uso uma máscara especial e sempre trago outras de reserva, para trocar ao longo do dia. Não consegui utilizar o escudo facial ainda em função da maresia, mas vou tentar me adaptar", explica.