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Notícias | Região violência

Matador de condenado vai à delegacia e alega legítima defesa em Canela

No segundo homicídio do feriadão de Natal na cidade, homem foi morto a golpes de facão na rua na madrugada deste domingo

Por Silvio Milani
Publicado em: 27.12.2020 às 21:22 Última atualização: 27.12.2020 às 21:34

Um homem foi agredido a golpes de facão até a morte na madrugada deste domingo no bairro Canelinha, em Canela. O corpo ficou à margem da Rua João Goulart, com várias perfurações. O homicida fugiu em um Clio dourado e, à tarde, foi à delegacia acompanhado de advogado. Confessou, sob alegação de legítima defesa, e foi liberado. O morto, Jerônimo Mucke da Silva, 43 anos, tinha condenação de dois anos por furto a estabelecimento comercial. Foi a segunda vítima de homicídio no feriadão de Natal na cidade.

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Segundo o delegado de Canela, Vladimir Medeiros, teria havido uma discussão e briga na rua, por volta de 1 hora. "Os fatos foram presenciados por testemunhas, que já foram ouvidas ainda na madrugada", observa. Conforme relatos, um homem desceu de um Clio e passou a agredir a vítima. Voltou ao carro e fugiu em direção à escola do bairro. Ao lado do corpo, ficou o facão e a bicicleta de Jerônimo. A Brigada Militar isolou o local e fez buscas na área, mas não conseguiu encontrar o matador. Nem o carro.

Vai responder em liberdade

A Polícia chegou a divulgar telefone para informações sobre a identidade e paradeiro do autor. Por volta das 15 horas, ele apareceu na delegacia com um advogado. No depoimento, disse que matou para se defender. Ele responderá inquérito em liberdade. "Não cabe, por lei, prisão em flagrante para este caso", declara o delegado.

Vítima tinha sido presa em flagrante há três anos

Jerônimo foi preso em flagrante pela Brigada Militar, por volta das 6 horas de 19 de novembro de 2017, após furto em uma madeireira no bairro Canelinha. Ele e um comparsa de 25 anos teriam danificado uma cerca para invadir a loja, perto de casa. Foram pegos com uma porta com fechadura, avaliada em R$ 1,5 mil. Por ser primário e ter cometido crime considerado sem violência, foi solto em poucos dias.
Em setembro de 2018, veio a condenação de dois anos no regime aberto, com conversão da pena em prestação de serviços à comunidade e multa de um salário mínimo. Pôde esperar o cumprimento da sentença com recurso no Tribunal de Justiça, que manteve a decisão em setembro do ano passado. Jerônimo não apresentou defesa. Foi considerado réu revel. O comparsa declarou que Jerônimo foi quem lhe alcançou a porta, passando-a por cima da cerca. Disse que, na época, era viciado em crack.

Morte a tiros de garçom é apurada sob sigilo

A Polícia Civil tenta elucidar o assassinato do garçom Gabriel Gonçalves, 19, na véspera de Natal, em Canela. O corpo foi deixado na beira da Estrada São João, na localidade de Linha Amoreira, na madrugada de quinta-feira. Tinha três tiros, um deles na cabeça. O delegado não entra em detalhes sobre suspeitos e motivação. "A investigação está sob sigilo." Os policiais acreditam que Gabriel tenha sido morto em outro bairro de Canela, possivelmente em Leodoro Azevedo, onde morava. O jovem trabalhava em um restaurante em Gramado. Os investigadores tentam chegar a testemunhas que tenham visto movimentação de algum carro até a Linha Amoreira. "Não sei quem é. Mataram esse guri e jogaram aqui pra baixo", relatou a testemunha que avistou o cadáver e chamou a Brigada Militar.

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