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Notícias | Região Mobilidade

Aprovado o estudo técnico para ampliação da BR-448

Agora, foco é no projeto de engenharia, que vai definir detalhes como a quilometragem, custos, entre outros. Estudo apontou viabilidade para expansão até Portão e, depois, até Estância Velha

Por Bianca Dilly
Publicado em: 06.01.2021 às 03:00 Última atualização: 06.01.2021 às 07:54

Prolongamento da BR-448 em estudo Foto: Arte Alan Machado/GES
Depois de mais de meio ano de atraso e prorrogações sucessivas nos prazos, está aprovado o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) para ampliação da BR-448. Primeiro documento necessário para a expansão da Rodovia do Parque entre Sapucaia do Sul e Portão, até a RS-240, o EVTEA foi validado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Rio Grande do Sul (Dnit/RS) nos últimos dias. Agora, o próximo passo é o projeto de engenharia. O objetivo é que esta segunda etapa tenha andamento ao longo do ano, para que o recurso das obras seja garantido no orçamento de 2022.

É o projeto que vai definir detalhes como a extensão da obra, custos, necessidade de viadutos e acessos aos municípios. Também é ele que vai estabelecer se o ponto da cidade de Portão será o traçado final desse primeiro prolongamento ou se a proposta se estenderá até a RS-239, em Estância Velha, nova possibilidade que entra em debate para um segundo lote de ampliação.

"Quem vai tratar disso é o Dnit e Ministério da Infraestrutura. Agora teremos que sentar com eles para ver a próxima fase, porque tudo isso tem custo. Vamos discutir a disponibilidade financeira e, se o órgão não tiver condições, vamos trabalhar por outras vias", destaca o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar de apoio à extensão da BR-448 no Congresso, Lucas Redecker (PSDB).

As datas e prazos para as novas ações ainda não estão estabelecidas, mas a notícia da aprovação do estudo já é vista como um alento. "Estávamos esperando a finalização do estudo no ano passado, que era o prazo, mas foi sendo postergado pelo Dnit. A própria pandemia acabou atrasando a conclusão", explica. A partir daí, é possível pensar nas etapas seguintes. "Não adiantava buscarmos o recurso se os processos não estavam prontos", diz.

Viabilidade econômica

No EVTEA, se concluiu que há viabilidade econômica para a ampliação, já que os benefícios para a sociedade compensam os investimentos a serem realizados. O resultado é considerado altamente viável, com elevada margem de segurança. "O respaldo para essa afirmação é dado pelos indicadores econômicos, que se mostraram positivos e acima da taxa de desconto adotada, que foram calculados a partir do fluxo de caixa do projeto", informa o texto.

Até mesmo no cenário mais pessimista, o levantamento realizado pelo Dnit/RS em parceria com o Consórcio Magna/Enecon aponta que o empreendimento não trará prejuízos financeiros, "mostrando que há margem de segurança suficiente para fase de orçamento". Outro aspecto importante ressaltado no documento são os benefícios indiretos a serem motivados pela extensão da via, "como a valorização imobiliária e a geração de emprego-renda, os quais repercutiriam mais positivamente nos resultados da viabilidade", pontua a análise, que custou cerca de R$ 1 milhão.

Diretrizes gerais

Por enquanto o estudo completo não foi divulgado aos parlamentares. "Não é um documento público. Só tenho algumas diretrizes gerais, mas já pedi o EVTEA completo por meio de ofício", frisa Redecker. O que já se sabe é que a ampliação deve somar 18,7 quilômetros, chegando próximo ao número 1.401, na RS-240. A ligação entre a capital e o Vale do Caí vai servir de alternativa para moradores da região. "Para quem trafega pelo Vale do Sinos, na área da Scharlau, quem vem do Caí, da Serra gaúcha, sabe que a BR-116 está sempre trancada", resume o deputado federal.

Histórico

Quando a BR-448 ainda não havia completado nem um ano de inauguração, já se falava sobre sua ampliação. Em setembro de 2014, a expectativa era de que este primeiro lote de extensão, buscado até hoje, tivesse as obras iniciadas em 2015 e a conclusão até 2018. Um mês depois, outubro de 2014, foi realizada uma audiência pública sobre o assunto. Desde lá, se fala também sobre uma intersecção ao futuro Aeroporto 20 de Setembro. E um segundo lote ligaria a extensão da RS-240, em Portão, até a BR-116, em Novo Hamburgo, somando mais 12,9 quilômetros. Esta segunda fase também já foi avaliada como viável no EVTEA.

Repercussão
Carlos Alberto Fink, Presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí (Amvarc)

"Estamos acompanhando com muita expectativa. Os políticos da região toda, do Vale do Caí, estão trabalhando muito e torcendo para que a extensão logo se concretize. É fundamental para nós, pois não precisaríamos mais acessar a BR-116 para chegar a Porto Alegre. Atualmente, todo o fluxo de passeio, trabalho e caminhões de carga precisa passar por lá e está cada vez mais difícil na região de São Leopoldo. A ampliação da BR-448 é a solução para esse problema, já que o fluxo está cada vez mais complicado."

Leonardo Pascoal Secretário-Geral da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) e prefeito de Esteio

"A conclusão do estudo técnico é mais um passo importante no grande projeto regional de continuidade dessa rodovia que já é significativa para o desenvolvimento da região. Além disso, a BR-448 tem um potencial ainda maior de contribuir para o deslocamento de pessoas, cargas, produtos, dando um dinamismo maior para nossa atividade econômica. Temos grande expectativa que a partir desse estudo técnico se possa definir a melhor modelagem para a extensão da 448, seja com recursos do orçamento geral da união, seja através de uma concessão ao setor privado. O importante é que esse processo tenha continuidade e o governo federal coloque como uma prioridade, a exemplo do que essa obra significa para nós da região."

Guilherme Pasin Representante da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) e ex-prefeito de Bento Gonçalves

"Ficamos muito esperançosos com a aprovação do EVTEA da obra de prolongamento da 448. Era algo que nós, moradores e afetados por esse entorno, já sabíamos e pedíamos, mas o governo federal precisava para embasar os projetos subsequentes.

Agora, estamos na iminência e no trabalho de, junto com nossos parlamentares imbuídos, fazer nossas comunidades se mobilizarem, o governo federal e forças políticas para publicação do edital de engenharia do trecho. Aí sim, com projeto pronto, o próximo passo é a licitação da obra. A aprovação do EVTEA foi um passo importantíssimo para o início do fim dessa grande jornada."

Dary Pissetti Presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços (Cics) de Portão

"Recebemos a notícia da aprovação do EVTEA da 448 com muita alegria. Foi nosso presente de Natal atrasado. Era para ser apresentado em julho, setembro e depois dezembro. Só que não incluíram somente o segmento até Portão. Já inseriram o segundo lote no estudo, com uma proposta que iria até RS-239, em Estância Velha e resolveria um problema definitivo. Trazendo o pessoal lá de cima, de Gramado, região do vale, saindo diretamente na 448 reduziria muito o fluxo da BR-116. Então, é só agradecer e aguardar para que consigamos realmente o projeto neste ano e que, no máximo no ano que vem, terminando totalmente a Ponte do Guaíba e a duplicação da 116 em Pelotas, que se comece a investir na região. É o nosso sonho."

Presidente da Associação de Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars) e prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi

“É um avanço significativo, que demonstra que o processo está em andamento. Queremos que essa rodovia se torne realidade o quanto antes para, no menor tempo possível, repercutir na vida e na produção de nossas empresas. O escoamento que ela proporcionará vai impactar diretamente em nossas cidades, tendo em vista o potencial produtivo do Vale do Sinos, que tem na via terrestre seu principal modal de transporte de produção. Com certeza ela impactará em todo o fluxo de veículos, agilizando esse processo e refletindo isso em mais produção.”

Prolongamento aguardado

A extensão da BR-448 permitiria desafogar trânsito na BR-116, facilitando o acesso do Vale do Caí e da Serra à capital ao oferecer uma via alternativa. O Lote 1 seria até Portão e o Lote 2 incluiria Estância.

Obras

Traçado, extensão exata e necessidade de obras como viadutos e acessos ainda serão definidos.


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