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Notícias | Região Coronavírus

Linhagem do coronavírus encontrada pela Feevale no RS não se mostra mais grave

Conclusão de pesquisadores foi baseada em observações clínicas dos pacientes. No entanto, ainda não se sabe potencial de transmissibilidade

Por Suélen Schaumloeffel
Publicado em: 28.01.2021 às 07:00 Última atualização: 28.01.2021 às 07:59

Pesquisadores seguem estudando linhagem descoberta pela Feevale, além de outras quatro Foto: Alana Hansen/Universidade Feevale
Descoberta em solo gaúcho no começo deste ano por um estudo encabeçado pela Universidade Feevale, a linhagem do novo coronavírus denominada VUI-NP13L não se mostra mais grave em relação a outras que já circulam por aqui. A conclusão dos pesquisadores se deu por observações na apresentação clínica dos pacientes. Já em relação à transmissibilidade ainda não se tem conclusão.

As mutações do vírus que causa a Covid-19 estão em constante monitoramento por cientistas do mundo todo. Relatos de novas variantes, com maior capacidade de transmissão ou que poderiam causar agravamentos, são identificadas ao redor do mundo e acendem um alerta principalmente para o cuidado de transmissão.

Foi neste contexto que no início do ano estudo realizado pelo Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, em parceria com o Laboratório Nacional de Ciência da Computação (LNCC), descobriu esta nova variante do coronavírus em pacientes no Rio Grande do Sul.

Segundo o professor e coordenador do laboratório da Feevale, Fernando Spilki, esta cepa que foi identificada inicialmente no Rio Grande do Sul, assim como outras quatro linhagens identificadas pelo estudo que estão em circulação pelo território gaúcho, passam por estudos laboratoriais.

"São feitos para avaliar as questões de risco, se tem algum tipo de maior capacidade de produzir doença e, principalmente, sua transmissibilidade. Estão sendo avaliadas localmente ou em laboratórios da nossa rede de trabalho que tenham capacidade de fazer rapidamente o cultivo desses vírus. Esse trabalho é contínuo e os resultados sobre isso devem sair nas próximas semanas", explica.

Além da avaliação sobre a capacidade de multiplicação do vírus, os pesquisadores estão avaliando como os anticorpos de pessoas vacinadas ou que já tiveram Covid-19 são capazes de neutralizar ou não a variante VUI-NP13L.

"Sobre o contágio, à medida que a gente vai fazendo novos sequenciamentos, vamos percebendo em que medida essa variante e as demais, vindas de outros lugares, estão ou não se disseminando mais ou menos na população", observa Spilki.

O estudo ainda aponta que é notável que esta nova linhagem pode ser encontrada em mais de uma região do Estado, o que demonstra que as medidas de distanciamento atuais podem ser insuficientes para evitar a disseminação de linhagens virais emergentes.

Outras descobertas dos pesquisadores

A linhagem descoberta pela Feevale, a VUI-NP13L, foi detectada primeiro aqui na região, mas segundo Spilki, algumas semanas depois genomas dessa mesma variante foram encontrados no interior do estado de São Paulo.

Também foram registrados dois casos de coinfecção no Rio Grande do Sul, quando o paciente está infectado por duas linhagens distintas de maneira simultânea. Por aqui, já circulam cinco delas.

 

Mutação do vírus é processo natural

A mutação se dá ao acaso, conforme o professor, e é um processo natural e esperado. As mutações que não são interessantes, acabam sumindo, por exemplo as que fazem com que o vírus não replique mais adequadamente ou não consiga se transmitir.

"Agora, aquelas que dão para o vírus vantagens, principalmente de transmissibilidade para esses genomas continuarem se disseminando de maneira fácil, acabam se fixando, se tornando frequentes e dando origem a novas linhagens", explica o pesquisador.


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