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Notícias | Região Pandemia

Superlotada, UPA deixa de receber pacientes e situação chega ao limite em São Leopoldo

Leopoldenses com sintomas leves de Covid-19 devem buscar atendimento no Centro de Saúde Feitoria ou no Centro de Atendimento à Covid (CAC), no Ginásio Celso Morbach

Por Jean Peixoto
Publicado em: 11.03.2021 às 03:00 Última atualização: 11.03.2021 às 07:52

UPA Zona Norte deixou de receber pacientes com Covid-19 após atingir 250% de lotação na tarde de ontem Foto: Thales Ferreira/Prefeitura de São Leopoldo
"Não temos mais o que fazer", disse o secretário municipal de Saúde de São Leopoldo, Marcel Frison, ao referir-se à situação caótica registrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Norte, na tarde de ontem.

Devido à superlotação de 250%, a UPA Zona Norte, localizada no bairro Scharlau, deixou de receber novos pacientes contaminados pela Covid-19 desde a tarde de ontem. O Hospital Centenário chegou a 120% da sua capacidade na tarde de ontem.

Conforme a Prefeitura, para casos graves a população deve buscar atendimento no HC, mas para casos leves, a recomendação é que as pessoas dirijam-se às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou ao Centro de Atendimento à Covid (CAC), montado em dezembro do ano passado dentro do Ginásio Municipal Celso Morbach, na Avenida Dom João Becker, no Centro.

Apesar das 18 vagas disponíveis para atendimento exclusivo de pacientes contaminados pela Covid-19, na tarde de ontem, a UPA já estava com 50 pessoas internadas. Conforme Frison, a Prefeitura vai buscar apoio junto à regulação estadual para atender os pacientes.

"Não podemos tirar alguém que está em uma maca e colocar na outra", comentou o secretário. Segundo ele, até o meio-dia de ontem, havia 39 pessoas internadas e às 16 horas este número já chegava a 50.

Reestruturação

Mediante o aumento expressivo das contaminações pelo coronavírus no Município, desde a última sexta-feira (5), a Prefeitura realizou uma reorganização estrutural e definiu que a UPA serviria exclusivamente para o atendimento de pacientes com Covid-19.

Por conta disso, as emergências clínicas e pediátricas da UPA foram transferidas para o Hospital Centenário. Outra alteração implementada foi que o Centro de Saúde Feitoria passou a ser referência para o atendimento de casos clínicos.

E o Monte Alverne?

Após o anúncio do fechamento da UPA para novas internações, na noite de ontem, o prefeito de São Leopoldo Ary Vanazzi e o secretário da Saúde realizaram uma transmissão ao vivo pela página da Rádio Prefeitura. Durante a live, Vanazzi destacou os esforços do Município para ampliar o número de leitos e espaços de atendimento à população.

Em 22 de abril do ano passado, Vanazzi assinou o termo de cedência do prédio pertencente ao Convento Monte Alverne para a instalação do Centro Especial de Apoio ao Hospital Centenário durante a pandemia. O local tornou-se um ponto de retaguarda para isolamento social e atendimento de casos leves de pacientes com Covid-19, especialmente os moradores de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Com a queda dos casos, na segunda quinzena de outubro o prédio deixou de ser utilizado para atendimentos de Covid-19. O prefeito reitera, entretanto, que não é possível instalar leitos de UTI no prédio do convento e que faltam trabalhadores da Saúde em toda a rede municipal.

Superlotação também em Sapucaia do Sul e Esteio

A situação dramática da falta de leitos não é exclusividade de São Leopoldo. Conforme o mapa de leitos do Estado (https://covid.saude.rs.gov.br), até a tarde de ontem, o Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV) também operava acima da sua capacidade máxima com taxa de ocupação de 117,9% leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em uso. Dos 46 pacientes internados em leitos de UTI, 33 tinham diagnóstico confirmado de Covid-19, cinco tinham suspeita e oito tinham outras doenças.

Leitos clínicos

Entre os leitos clínicos, a situação era ainda mais crítica, pois a taxa de ocupação chegou a 128,6%. Além disso, o uso de respiradores também estava acima da capacidade máxima com taxa de 105,1%.

O Hospital São Camilo, de Esteio, manteve a superlotação alcançada no último domingo fechando o dia com taxa de ocupação de 125% dos leitos de UTI.

Os respiradores também ultrapassaram a capacidade máxima de uso, chegando a 106,2%. Dos 20 pacientes internados nos leitos de UTI do São Camilo, 14 tinham diagnóstico confirmado para Covid-19, um tinha suspeita e cinco estavam com outras doenças.

 

18 mortes e 449 casos

Os cinco municípios de circulação do Jornal VS impresso - São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Esteio, Portão e Capela de Santana - registraram até a noite de ontem, mais 18 mortes decorrentes do novo coronavírus e 449 contaminações pela Covid-19. Com 248 novos casos e 10 mortes relacionadas à Covid-19, São Leopoldo ultrapassa os 19 mil casos e 300 mortes desde o início da pandemia.

Vítimas fatais foram: um idoso de 62 anos, morador do bairro Arroio da Manteiga, sem registro de comorbidades; um homem de 54 anos, do bairro Feitoria, com comorbidade; um idoso de 72 anos, da Vicentina, com comorbidades; uma mulher de 49 anos, do Boa Vista, com comorbidade; uma mulher de 45 anos, da Feitoria, com comorbidades; um homem de 58 anos, do São Miguel, sem comorbidade; um homem de 43 anos, do bairro Arroio da Manteiga, com comorbidades; um senhor de 61 anos, do Santos Dumont, com comorbidade; um senhor de 61 anos, do bairro Duque de Caxias, com comorbidade; uma idosa de 65 anos, do bairro Arroio da Manteiga, com comorbidade.

Esteio registrou quatro óbitos, mas a prefeitura não divulga os dados das vítimas fatais. Os outros óbitos foram de dois homens, de 64 e 45 anos e duas mulheres, com 64 e 86 anos de idade.


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