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Notícias | Região Pandemia

Sem UTIs, pacientes aguardam em leitos improvisados até transferência

Em Novo Hamburgo, Municipal anuncia restrição no atendimento da Emergência não Covid

Por Joceline Silveira
Publicado em: 12.03.2021 às 03:00

O agravamento da pandemia tem pressionado sistemas de saúde em várias regiões do País. Segundo dados da Fiocruz, 25 capitais já estão com ao menos 80% de seus leitos de UTI ocupados, sendo 15 delas superiores a 90%. E há um dado novo importante.

Diferentemente da crise no ano passado, que atingiu principalmente as capitais, agora houve interiorização da Covid-19. Isso tem levado também cidades médias e pequenas ao colapso da Saúde.

Em Novo Hamburgo, o Hospital Municipal restringe atendimentos na Emergência a partir desta sexta-feira.

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No Rio Grande do Sul, Gramado foi a primeira a identificar a presença da nova variante brasileira do coronavírus e está à beira do colapso. Com leitos hospitalares superlotados, as autoridades municipais colocaram até carro de som nas ruas para alertar sobre a necessidade de manter o distanciamento social.

Em Nova Santa Rita, uma idosa de 72 anos morreu de Covid-19 na terça-feira depois de aguardar uma vaga de UTI durante três dias. A cidade tem como referência para atendimento o município de Canoas, que, como outras cidades metropolitanas, está no limite.

Para pequenos municípios, a preocupação se multiplica devido à falta de estrutura mínima para atender pacientes em estado grave. Muitas dessas comunidades dependem de leitos em hospitais regionais, que também atendem diversos outros municípios.

É o caso de Lindolfo Collor. A cidade de 5,2 mil habitantes tem seus leitos referenciados em Ivoti. "Hoje temos três pacientes entubados na emergência do Hospital São José que precisam ser transferidos para leitos de UTI e aguardamos a aceitação de mais dois que estão no oxigênio e precisam de leito clínico", detalhou a secretária da Saúde de Lindolfo, Greice Taiana Weber.

Em Pareci Novo, sem leitos de UTI, o município depende de transferência para Montenegro. Com um fluxo que ganhou maior complexidade durante a crise sanitária, o Hospital Montenegro também está sobrecarregado. Ontem 20 pessoas estavam internadas na UTI, que tem capacidade para 16 pacientes.

"A preocupação é constante, pois a superlotação em Montenegro reflete em toda região que é referenciada lá. Daqui a pouco eles não vão conseguir absorver a demanda e nós vamos fazer o quê?", questiona Rafael Soares de Souza, secretário de Saúde e Assistência Social de Pareci.

Pelo levantamento do governo do Estado, até quarta-feira oito pacientes de Nova Hartz estavam esperando transferência para leitos de UTI. Com 45 pessoas internadas no setor que comporta 40, o Hospital de Sapiranga, referência na região, não aceitava mais internações.

"Para suprir a necessidade dos moradores transformamos nossa UBS Central em leitos de internação e encaminhamos os pacientes para o Hospital de Sapiranga conforme disponibilidade de vagas", informou, em nota, a prefeitura de Nova Hartz. Sapiranga também já amplia leitos temporários.

Cidades menores ajustam estrutura

A pandemia demandou reajustes na estrutura de atendimento da Unidade Básica de Saúde (UBS) Dom Inácio de Loyola, em Araricá. O município precisou adaptar no final do mês de fevereiro a UBS para receber os pacientes com quadros suspeitos e confirmados de Covid-19.

"O pico de atendimentos ocorreu após o carnaval, não tínhamos mais para onde encaminhar os pacientes, que estavam chegando bem debilitados", afirmou Ari Schrepp, secretário de Saúde de Araricá, que tem seus leitos referenciados em Sapiranga e um convênio com o Hospital de Parobé.

Em Imbé, o Pronto Atendimento recebeu investimentos com a compra de respiradores e contratação de médicos. Na tarde de ontem, 11 pacientes estavam internados no local aguardando transferência para Tramandaí, sete precisando de leitos de UTI e quatro clínicos.

"É desesperador, quase todo mundo se conhece, ainda que seja de vista. Por isso a dor da perda e a aflição pelas internações é sentida por todos", afirmou o secretário de Saúde, Tierres da Rosa.


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