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Notícias | Região Congestionamento

Principal gargalo da BR-116 fica entre o Rio dos Sinos e o viaduto da Scharlau

Dnit/RS destaca que soluções para a rodovia federal passam por obras de um porte maior

Por Alecs Dall Olmo*
Publicado em: 13.03.2021 às 05:00

Na espera de melhorias, um desafio de atenção e paciência Foto: Diego da Rosa/;GES/Diego da Rosa/GES
A solução para uma melhor fluidez no trânsito na região passa por obras estruturais de grande porte. A Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Rio Grande do Sul (Dnit/RS) enfatiza que o maior "gargalo" da BR-116, no trecho entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, é, sem dúvidas, o compreendido entre Rio do Sinos e o bairro Scharlau, em São Leopoldo. Conforme o Núcleo de Comunicação Social do Dnit/RS, quanto ao Rio dos Sinos, é visível onde está o problema do congestionamento.

Na avaliação do órgão federal, quem vem do sentido Sul, Porto Alegre, e se aproxima da ponte do Rio dos Sinos, sofre repentinamente um estreitamente nas pistas, passando das atuais quatro faixas (duas no eixo principal e duas na via lateral), para apenas duas faixas sobre a ponte do Rio dos Sinos. Some-se a isso o acesso existente de saída da cidade para a rodovia a poucos metros da ponte existente. O Dnit/RS, via assessoria, reforça ainda que quando da implantação das obras de melhorias da BR-116, as atuais quatro faixas de chegada passarão a ser cinco, sendo uma exclusiva para acesso à cidade, e as pontes terão capacidade para quatro faixas.

Readequação

A equipe do Departamento também esclarece que os acessos de entrada e saída sofrerão uma readequação, em conformidade com as necessidades da cidade e da fluidez de trânsito na BR-116. Destaca que essa readequação, se feita agora, pode trazer transtornos ainda maiores, ou para a BR-116, ou para as necessidades de ordenamento viário de São Leopoldo.

Também na resposta aos questionamentos feitos pela reportagem do ABC ao órgão sobre possibilidades de desafogar um pouco o trânsito com ações no bairro Scharlau, o Dnit/RS pondera que em um trecho, de menos de cinco quilômetros em relação a ponte, existe outro "gargalo" à fluidez de trânsito no acesso à RS-240. Diz o Dnit: "O afluxo de veículos para a RS-240, tanto vindo de São Leopoldo, quanto no sentido oposto, de Novo Hamburgo, é enorme". E o mesmo, de acordo com o entendimento dos técnicos do Departamento, acontece no retorno desses veículos. "Isso força o ordenamento por um sistema semafórico de três tempos, o qual não dá vazão nas horas de pico, gerando extensas filas, que represam até mesmo o fluxo na pista principal da rodovia. Tais sinaleiras serão eliminadas pela futura implantação de dois novos viadutos no local. O sistema semafórico na Scharlau será desativado quando da construção dos citados viadutos. Desativá-los antes, seria transformar os congestionamentos 'ordenados' das horas de pico no caos total", conclui o Dnit/RS.

*Colaboraram Renata Strapazzon e Thiago Padilha

Ampliação de faixas de trânsito

O Núcleo de Comunicação Social, da Superintendência Regional do Dnit, enfatiza que é importante informar que na BR-116, entre o Rio dos Sinos e a Scharlau também serão ampliadas as duas faixas de trânsito, por sentido, para três faixas, permitindo fluidez no fluxo de longa distância. Atualmente passam na rodovia diariamente 120 mil veículos.

Na avaliação do Dnit/RS "com essa magnitude (em relação ao fluxo intenso), soluções para melhora no trânsito devem ser o mais rápido possível aplicadas. E tais soluções passam por obras de um porte maior, estando virtualmente exauridas alternativas mais singelas".

D. João Becker, via Feitoria e quinta ponte

Na avaliação de Nestor Schwertner, titular da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Comunitária (Semusp), de São Leopoldo, a situação é complexa. "O Dnit está fazendo o projeto de ampliação da ponte da BR-116 sobre o rio. Entendemos que de maneira geral não existe outra alternativa ainda. A ponte é o limite. É colocada como limite. E é evidente que a tendência é o transito ser mais intenso pelo limite da ponte."

Segundo ele, esse trânsito intenso também migra para dentro da cidade a partir do acesso pela Avenida Dom João Becker. "O trânsito entra na linha da Dom João Becker e depois segue pela Ponte 25 de Julho (ponte histórica com acesso apenas de veículos leves), pela Ponte Henrique Luiz Roessler (Rua Dr. Hillebrand) e pela Ponte Ingá (Avenida Mauá). Alguns vão até pelo bairro Feitoria em direção à Lomba Grande, em Novo Hamburgo", explica Schwertner.

O secretário também lembra do projeto que tinha como base a remodelação da Avenida Thomaz Edison, na zona norte da cidade, com a construção de uma quinta ponte sobre o Rio dos Sinos. "Esse projeto é de 2012 e está parado. Ele é inviável neste momento. E neste momento não tem alternativa para o gargalo."

Rodízio de placa não é considerado eficiente

Desde 1997, a prefeitura de São Paulo implementou um rodízio de circulação de veículos conforme a placa. Ficam proibidos de acessar o chamado Centro Expandido da capital paulista veículos cujas placas terminam em 1 e 2 na segunda-feira, 3 e 4 na terça, 5 e 6 na quarta, 7 e 8 na quinta e 9 e 0 na sexta. Especialistas em mobilidade não consideram que essa possa ser uma solução para a BR-116. "Não é alternativa que resolve o problema. Em São Paulo, não impactou a médio prazo nos engarrafamentos, pois quando se impõe o rodízio de placas é que as pessoas passam a adquirir outro veículo para que as placas atendam todos os dias. Não é uma solução eficaz", avalia a professora da Unisinos e doutoranda em Construção em Infraestrutura, Danielle Bruxel. "O rodízio de São Paulo acabou não contribuindo tanto para a redução do fluxo e gerou bastante descontentamento dos usuários", acrescenta a professora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Feevale, Gaziela Rossatto Rubin.

 


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