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Notícias | Região Relíquia

Restaurado, centenário violino de Padre Reus está de volta ao Memorial

Instrumento que era do padre fica exposto no memorial da Cripta no Santuário do Sagrado Coração de Jesus

Por Isabella Belli
Publicado em: 17.03.2021 às 03:00 Última atualização: 17.03.2021 às 10:10

Paranhos, que fez restauração, devolveu violino ao padre Resende Foto: Divulgação
"Era o som que ajudava Padre Reus a se comunicar com Deus". Foi assim que o reitor do Santuário, padre Raimundo Resende, descreveu a emoção ao receber do restauro o centenário violino que pertencia ao padre João Batista Reus, falecido em São Leopoldo, em 1947, intitulado Servo de Deus pelo Vaticano, e atualmente em processo de beatificação na Igreja Católica.

O instrumento, que era um dos objetos mais estimados por Padre Reus, precisou passar por uma limpeza, além de uma pequena restauração em Porto Alegre e voltou para o memorial que fica na Cripta do Santuário, no dia 10 deste mês. O trabalho de restauração foi feito pelo músico, colecionador e restaurador de violinos, Ricardo Leonardi Paranhos, e, de acordo com o reitor, ficou perfeito.

"O que faltava mesmo era uma limpeza profunda. Por conta do uso e do tempo, ele estava muito sujo. Faltava também colocar as cordas, então agora está perfeito", contou ele que também ressaltou que o estojo onde o instrumento é guardado também foi trocado.

Segundo Paranhos, a mala original deu lugar a outra de material nobre e adquirida há 50 anos, na Alemanha. "O estojo era muito antigo e estava bem danificado. Agora o violino ficará bem protegido lá dentro", contou o padre Raimundo Resende. Os arcos do violino, que têm a função de produzir o som, era outra parte que estava bastante deteriorada pelo tempo e por isso, também passou por reparos e melhorias. Todo o trabalho durou aproximadamente sete dias.

Valor inestimável

Segundo o restaurador e colecionador de violinos, Ricardo Paranhos, o que dá valor ao instrumento é o fato de ter pertencido a Padre Reus, por isso não há como colocar um valor no instrumento. O violino é um modelo Amatus fabricado, provavelmente, entre 1850 e 1900. "A fábrica é muito boa, pela qualidade da madeira e elegância das peças. É um violino de primeira qualidade", contou ele, que possui na sua coleção guardada no ateliê cerca de 160 violinos.

Memória de Reus

Sacerdote, jesuíta, teólogo e professor de Teologia, Padre Reus, nascido em Pottenstein, na Alemanha, no dia 10 de julho de 1868, também era músico e possuía instrumentos, sendo o violino um dos que tinha mais habilidade. Após sua morte, alguns dos seus pertences foram guardados pelo jesuíta que cuidava dele, e, mais tarde, expostos no memorial onde estão até hoje. O local, por conta da pandemia, está fechado para visitação. Padre Reus morreu em 21 de julho de 1947, no Colégio Cristo Rei, em São Leopoldo.

 

Música para louvar

A intenção, a partir de agora, é deixar o violino exposto no memorial e de vez em quando usá-lo em algumas missas. "Em momentos festivos que louvam o Padre Reus, pretendemos ter apresentações com profissionais e músicos tocando o violino. A minha ideia é que fosse depois da missa da Romaria. Seria o dia perfeito", afirmou o padre Raimundo, que ressaltou a importância do trabalho de restauro.

"O Padre Reus tinha muito cuidado com as coisas dele, nós também estamos tendo o mesmo cuidado, sem falar na preservação de toda uma história. Agradecemos muito ao Ricardo (Paranhos) pela prestatividade em se oferecer para realizar o restauro." Já Paranhos, que assim como a mãe é um devoto de Padre Reus, agradeceu a confiança do reitor e dos fiéis. "Compus uma música especialmente para tocá-la em público, quando isso puder acontecer."

Ano passado, a Romaria de Padre Reus precisou ser diferente por conta da pandemia da Covid-19. A caminhada foi substituída por uma carreata. Esse ano, se a situação não melhorar, o evento deve ocorrer pelas ruas da cidade da mesma maneira.

 

Ao som do violino

Paranhos, que também é compositor e integrou a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) por 43 anos, tocou uma música no violino ao chegar no Santuário para devolver o instrumento. Momento que emocionou o padre Raimundo Resende. "Quando ele chegou, tocou uma música, e veio o pensamento eu estava ouvindo o som que, por muitas vezes, acalmou e apaziguou o Padre Reus. Era assim que ele se comunicava com Deus. A emoção foi grande."


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