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Notícias | Região Alta demanda

Covid fez dobrar o número de leitos hospitalares na região

Mesmo com aumento de 116% na quantidade de leitos para atendimento de pacientes contaminados pela Covid-19 na região, hospitais amargam com a superlotação diária e a falta de profissionais no mercado

Por Jean Peixoto
Publicado em: 18.03.2021 às 03:00 Última atualização: 18.03.2021 às 07:30

A Área Covid do Hospital Getúlio Vargas teve aumento superior a 200% nos leitos de UTI Foto: Jocélia Bortoli/Comunicação FHGV
Em abril de 2020, os hospitais Centenário, de São Leopoldo, Getúlio Vargas, de Sapucaia do Sul, São Camilo, de Esteio, e o Hospital de Portão somavam 114 leitos destinados a pacientes contaminados pelo coronavírus. Em março de 2021, o número de postos de atendimento para a Covid-19 na região já chega a 247. Mesmo assim, os hospitais continuam lutando contra a superlotação diária e a escassez de profissionais.

No dia 10 de março de 2020, o Rio Grande do Sul registrou o primeiro caso de Covid-19. No dia 20 daquele mês, o primeiro caso da região foi confirmado em São Leopoldo. Para dar conta da nova demanda trazida à Saúde com a chegada da pandemia, foi preciso articular entre Ministério da Saúde, governo do Estado e prefeituras, uma série de medidas e reestruturações nos hospitais e postos de atendimento. A principal e mais importante medida foi a ampliação do número de leitos, tanto clínicos quanto das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), das casas de saúde.

Evolução e investimento

Em março de 2020, a Área Covid do Centenário contava com 28 leitos, sendo cinco de UTI e 23 clínicos. Após habilitações do Ministério da Saúde e doações de empresas privadas, atualmente a casa de saúde de São Leopoldo dispõe de 72 leitos, sendo 18 de UTI e 54 clínicos, reservados ao atendimento das vítimas do coronavírus.

Até a tarde de terça-feira, o Centenário dispunha de 38 leitos clínicos. Após uma readequação na Clínica C1, próxima ao setor de isolamento, a casa de saúde capilé passou a contar com mais 16 postos. No entanto, conforme a administração do HC, faltam profissionais para atender nos novos leitos, o que impossibilitaria o hospital, que vem sofrendo diariamente com a superlotação, de receber novos pacientes. "Não há mais mão de obra qualificada no mercado, estamos correndo contra o tempo, nossos profissionais estão esgotados e muitos estão afastados por conta do vírus. Abrimos 16 leitos, isolamos uma área para evitar o contato com o restante das clínicas de internação onde temos pacientes de outras patologias. É um momento crítico sem perspectiva de melhora", afirma a presidente da Fundação Hospital Centenário, Lilian Silva.

Dramático

Para o prefeito Ary Vanazzi, a situação é dramática e a falta de profissionais é um enorme desafio nesse momento de maior gravidade da pandemia. "Não há mais profissionais disponíveis no mercado, os que estão atuando estão esgotados com toda a carga de trabalho, estamos ai com esses 16 leitos preparados para atender, mas não tem médicos. Estamos lutando há um ano contra esse inimigo invisível, cuidando da vida da nossa população e de parte da região e fizemos enormes esforços na estruturação de toda a nossa rede de saúde e especialmente do nosso Hospital Centenário, onde ampliamos em mais de 150% os nossos leitos."

Uma tragédia humanitária

O prefeito Vanazzi destaca a ampliação do número de leitos no Município. “Até hoje atendemos toda a nossa população sem precisar sair do Município, mas infelizmente, o povo - frente à gravidade da situação com o crescimento da pandemia e a essa tragédia humanitária no Brasil, que acontece por falta de um governo federal responsável – está pagando com a vida uma conta imensa.”

 

Aumento de vagas em Sapucaia e Portão

Até o dia 22 de fevereiro deste ano, o Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV), de Sapucaia do Sul, contava com nove leitos de UTI Covid-19. Depois, passou a contar com 20, totalizando 29 vagas. Além disso, o hospital conta com dez leitos de UTI adulto para outras doenças. No entanto, o diretor-geral da FHGV, Tércio Erany Tedesco Júnior, observa que até o momento o investimento para o tratamento desses pacientes Covid-19 gira em torno de R$ 1 milhão.

Esse valor é necessário para a aquisição de medicamentos como sedativos e oxigênio, entre outros. Quanto à infraestrutura dos espaços, foram feitas readequações com equipe de trabalhadores da manutenção da própria FHGV. Salas foram readequadas e unidades transferidas, como a de saúde mental, por exemplo, permitindo que os novos 20 leitos de UTI Covid-19 funcionassem em local apropriado.

O Hospital de Portão, que em abril de 2020 tinha 10 leitos clínicos destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19, hoje tem 24 postos, sendo que todos estão ocupados. As internações de alta complexidade, em UTIs, são encaminhadas para municípios vizinhos.

Leitos Foto: Reprodução

Esteio tem 800% mais UTIs

Em abril de 2020, o Hospital São Camilo, de Esteio, possuía 41 leitos reservados ao atendimento Covid, sendo que apenas dois eram de UTI. Hoje, a casa de saúde esteiense dispõe de 55 leitos, sendo 18 de UTI Covid e 61 clínicos na Área Covid. O diretor administrativo do São Camilo, Adriano Coutinho, destaca que mesmo com todos os esforços para ampliar o número de leitos, a movimentação no hospital segue intensa e a lotação máxima vem sendo constante. “Estamos com todos os leitos ocupados. Aumentamos bastante a emergência Covid para suprir a demanda. Não chegou a faltar leitos aqui, mas temos um movimento intenso.

Todos os hospitais da região lotados

Desde fevereiro, os hospitais da nossa região vêm mantendo a taxa de ocupação em 100% ou acima da capacidade máxima. Ontem, o Centenário estava com 114,3% das UTIs ocupadas e 116,2% dos leitos clínicos em uso. O Getúlio Vargas estava com 117,9% em UTIs e 100% em leitos clínicos. O São Camilo tinha 143,8% em UTIs e 94,3% em leitos clínicos. Já o Hospital de Portão estava com 83,3% dos seus leitos clínicos ocupados


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