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Notícias | Região Sem eficácia comprovada

Tratamento precoce volta a ser discutido na região

Em Taquara, administração orienta o uso de ivermectina à população

Por Joceline Silveira
Publicado em: 19.03.2021 às 03:00 Última atualização: 19.03.2021 às 08:07

Hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina são remédios que vêm sendo apontados como solução para prevenir ou tratar de forma precoce a Covid-19. No entanto, eles não possuem eficácia comprovada no tratamento nesta fase da doença, conforme autoridades médicas.

Em meio à crise sanitária que expõe o colapso da saúde, a prefeitura de Taquara resolveu apostar no uso de medicamento para o tratamento preventivo. Por meio de uma live transmitida na última semana em seu perfil pessoal no Facebook, a prefeita Sirlei Silveira mencionou o uso de ivermectina como medida para prevenir a Covid-19 ou mitigar os sintomas mais graves da doença no município do Vale do Paranhana.

O pronunciamento foi realizado na presença do vice-prefeito, Nelson Martins, da secretária municipal de Saúde, Ana Maria Rodrigues e de três médicos da cidade, Richard Santos Pereira, Mauro Werb Junior e Marcelo Conrad.

Médicos

No vídeo, com duração de aproximadamente 10 minutos, é orientado o uso da ivermectina para que o medicamento atue no organismo de maneira preventiva como forma de fortalecer o corpo. Em entrevista à reportagem, a mandatária relata que os médicos, de maneira independente, criaram o Conselho Médico Pró-vida Taquara.

Esse grupo, segundo ela, é formado por cardiologistas e infectologistas, entre outros. Eles a teriam procurado para que fosse emitido o apelo à comunidade para o uso desse medicamento, assim como reposição de vitamina D, vitamina C e zinco.

"Veio deles, de suas evidências médicas de quem acompanha desde o início a pandemia como profissionais, atendendo pacientes dos mais diferentes perfis, vários relatos de que a combinação de alguns medicamentos auxilia para minimizar o quadro gerado pelo novo coronavírus, com isto evitando o agravamento da doença e a internação", diz a prefeita.

Eficácia questionada

A Organização Mundial de Saúde (OMS), a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), no entanto, desaconselham o uso dos fármacos contra o vírus.

Questionada sobre a eficácia do remédio, a prefeita disse que os relatos da equipe médica são positivos. "A experiência prática na recuperação dos pacientes com a aplicação de ivermectina combinada com reforço à vitamina D, C e zinco, nos deixa entusiasmados. Não podemos abrir mão de nenhuma 'arma' nesta guerra", diz ela.

 

Publicado por Professora Sirlei em Quarta-feira, 10 de março de 2021
Entidades alertam para riscos à saúde

O presidente da Sociedade Rio-Grandense de Infectologia, Alexandre Vargas Schwarzbold, destaca que o uso dessas drogas pode causar múltiplos problemas.

"O primeiro risco são os efeitos colaterais, principalmente as pessoas que sofrem de problemas no coração. O segundo risco é a falsa esperança que se cria nelas de que, com isso, vão estar protegidas de evoluírem mal, ou protegidas de adquirir a doença, o que não é verdade. Com isso, elas diminuem as proteções que são fundamentais, as mais importantes e comprovadas", assinala Schwarzbol.

A recomendação é reprovada por sociedades médicas e científicas. Em posicionamento recente, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia destacou que, por enquanto, a melhor forma de combater a pandemia é pelo isolamento social e uso de máscaras.

Outras prefeituras adotam medidas parecidas

Medidas semelhantes estão sendo tomadas por prefeitos de outras cidades da região. Em Sapiranga, o denominado "kit-Covid", que contém Azitromicina, Complexo B, Dipirona, Ivermectina, Paracetamol e Tamiflu, passou a ser receitado nesta semana.

Em Novo Hamburgo e Dois Irmãos, as Farmácias Municipais contam com cloroquina, ivermectina e azitromicina. Em Parobé, as opções disponíveis são Tamiflu, Paracetamol, Azitromicina e Ivermectina.Para ter acesso aos medicamentos é preciso ter prescrição médica em todos municípios consultados pela reportagem.

Assinado pelo secretário municipal da Saúde, Jeferson Moschen, a Prefeitura de Gramado abriu na terça-feira um edital de licitação para a compra de 150 mil comprimidos de Ivermectina 6mg e, 20 mil frascos, com 60 cápsulas, cada, de Polivitamínico A-Z.

Orçada em R$ 315,2 mil, a compra será paga com recursos da Assistência Farmacêutica da Secretaria Municipal da Saúde.


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