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Valdir Schindler, de 67 anos, não via a hora de voltar para casa. Ele passou mais de duas semanas internado no Hospital Bom Pastor, em Igrejinha, lutando contra a Covid-19. Ansioso pela alta, foi impossível não se emocionar na despedida, na tarde de quinta-feira (25).
"Fiquei extremamente emocionado quando vi que o pessoal fez um cordão para mim na saída. Me senti um vitorioso", conta Valdir. "Deus está me dando uma segunda oportunidade de ser uma pessoa um pouco melhor", acrescenta.
"Era o mínimo que poderíamos ter feito para esses heróis incansáveis, nos dando força para superarmos esse terrível vírus. Não seremos os mesmos, com certeza, depois disso que aconteceu com a minha família", reflete a aposentada Sandra Maria Cerutti Schindler.
Valdir também não queria voltar para casa sem prestar uma homenagem. "Eu tive um atendimento excepcional, maravilhoso, e a gente acaba criando um vínculo de amizade, não poderíamos deixar de fazer alguma coisa de gratidão", justifica Valdir.
Tabelião em Igrejinha, Valdir começou a sentir os primeiros sintomas duas semanas antes de ser internado. No total, a luta contra a doença durou praticamente um mês. Quando decidiu fazer uma tomografia, já estava com 60% dos pulmões comprometidos. "Resolvi ficar em casa, isso foi o que me prejudicou demais, agravou minha situação", relata.
O filho dele, Matheus Schindler, de 33 anos, conta que os médicos disseram que o caso do pai dele era um caso de UTI, mas no pior momento da pandemia, com superlotação dos hospitais, a família acabou não conseguindo vaga. Internado em um leito clínico, Valdir contou com a fé, o suporte médico e o apoio da esposa e dos filhos para conseguir se recuperar.
"Essa presença nossa foi importante para ele não desistir. Ele mencionava que estava cansado, sofrendo demais, foi bem sofrido no início. Mas a gente estava sempre lá, incentivando ele", lembra Matheus. "A mensagem principal é esta: a gente tem que se unir, acreditar, para sair dessa", finaliza.
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