Publicidade
Conforme levantamento feito, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Portão teriam recebido aproximadamente 3.100 doses a menos nos últimos lotes. Esteio informou que não houve esse problema no município e Capela de Santana foi contatada, mas não respondeu.
Em nota, a Secretaria de Saúde de São Leopoldo informou que os lotes 210086 e 210074, enviados nos dias 17 e 22 de março, teriam vindo com essa defasagem, fazendo com que a cidade recebesse frascos com 1.986 doses a menos.
Já a Secretaria de Saúde de Sapucaia do Sul estima que no município são mil doses a menos e, em Portão, a Vigilância em Saúde disse que percebeu a falta de uma dose em frascos do último lote, totalizando cerca de 100 doses a menos.
Por meio do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems RS), as cidades enviaram ofício à Secretaria Estadual de Saúde na última sexta-feira pedindo providência e explicando que o sistema de notificações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estava instável, impedindo assim, que fosse avisada sobre o ocorrido.
"Fizemos o comunicado para que seja revisto pelo Estado o número de doses que nos enviaram, pois não confere com a realidade", afirmou em nota o secretário de Saúde de São Leopoldo, Marcel Frison. A Vigilância em Saúde de São Leopoldo foi procurada pela reportagem, mas não respondeu.
O Instituto Butantan emitiu uma nota informando que cada frasco contém dez doses e que a extração de uma quantidade menor pode ser por manuseio incorreto na hora da medição.
"O Instituto Butantan informa que cada frasco da vacina contém 10 doses de 0,5 ml cada. É importante que os profissionais de saúde estejam capacitados para aspiração correta de cada frasco, além de usar seringas e agulhas adequadas, para não haver desperdício. Todas as notificações recebidas pelo instituto até o momento relatando suposto rendimento menor foram devidamente investigadas, e identificou-se, em todos os casos, prática incorreta na extração das doses nos serviços de vacinação. Portanto, não se trata de falha nos processos de produção ou liberação dos lotes pelo Butantan. O Butantan realizou por meio de seus canais de comunicação informes técnicos no sentido de orientar os profissionais da saúde a usar as doses extras."
De acordo com a secretária de Saúde de Sapucaia do Sul, Daniela Heuser, testes de dosagem foram feitos e os resultados enviados ao Programa Nacional de Imunizações. "Foram feitos diversos testes e os frascos apresentaram no máximo oito doses. O problema já foi relatado ao Programa Nacional de Imunizações, para que investigue. Esta situação é muito preocupante, pois além de não estarmos conseguindo oferecer o imunizante, cria uma situação de desconfiança no usuário."
Em nota enviada à reportagem, a Secretaria Estadual de Saúde disse que se está ocorrendo algum problema, é na calibragem dos frascos. "Observações referentes à quantidade e qualidade das vacinas são notificadas pelos municípios no sistema Notivisa, do Ministério da Saúde. As doses são envazadas de forma automatizada. Então, se vem 8 doses significa que houve o envasamento de 1ml a menos. Assim como no início da vacinação houve relatos de extração de 11 doses. Portanto, é um problema com a calibragem que precisa ser observado por quem faz o envasamento."
Mais praticidade no seu dia a dia: clique aqui para receber gratuitamente notícias diretamente em seu e-mail!
