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Notícias | Região São Leopoldo

Com cirurgias eletivas ainda suspensas, Centenário já planeja mutirão

Casas de saúde de Sapucaia do Sul e Esteio também pararam procedimentos em função da pandemia de Covid-19

Por Isabella Belli
Publicado em: 23.04.2021 às 03:00 Última atualização: 23.04.2021 às 09:23

UTI do hospital leopoldense segue operando com superlotação de pacientes com Covid Foto: Thales Renato Ferreira/Prefeitura de São Leopoldo
As cirurgias eletivas, aquelas em que não há urgência ou emergência e o paciente pode esperar por até um ano, permanecem suspensas em São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Esteio por conta da pandemia de coronavírus. Em Novo Hamburgo, o Hospital Municipal retomou, nesta semana, os procedimentos cardíacos.

Em fevereiro, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) orientou que os municípios com hospitais suspendessem esse tipo de intervenção médica até o dia 31 de março, medida que foi prorrogada até o dia 30 de abril. Isso porque existe a necessidade de deixar os leitos das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e medicações específicas para pacientes internados com Covid-19.

Em São Leopoldo, as cirurgias eletivas estão suspensas desde o dia 19 de março e de acordo com a presidente do Hospital Centenário, Lilian Silva, não há ainda previsão de quando devem retornar. "No geral, mantemos suspensas e a ideia central é deixar assim por tempo indeterminado", afirmou.

Atenção para Covid-19

O "tempo indeterminado" citado pela presidente da fundação significa enquanto a pandemia não abrandar e a ocupação dos leitos não reduzir.

Para se ter uma ideia, na última quarta-feira, a UTI da Ala Covid do Centenário estava com 110% de lotação e já, na quinta-feira, ocorreu um aumento e chegou a 120%. Ou seja, dos 18 leitos disponíveis, 22 estavam ocupados. Mais pacientes que leitos, necessitando da atenção frequente das equipes médicas e de certos medicamentos, como bloqueadores neuromusculares, sedativos e relaxantes musculares.

Essa demanda gerada pela pandemia vem aumentando a fila de espera pelas cirurgias eletivas. Em São Leopoldo, enquanto que em janeiro o Hospital Centenário realizou 62 cirurgias entre hérnia, cabeça, pescoço e ginecológicas, de março a abril, já são 122 pessoas na fila a espera.

Depende da pandemia

"O retorno das cirurgias eletivas será determinado pela situação do hospital, porque está com toda a UTI geral e Covid lotada. É muito arriscado fazer cirurgias nessa condição. Além disso, os profissionais também estão sobrecarregados e precisamos dar uma amenizada no impacto da pandemia para então, voltar a atender esses pacientes que no momento, estão a espera", afirmou o secretário municipal de Saúde, Marcel Frison.

Ele também está à espera de uma nova normativa estadual. "Assim que o Estado lançar uma nova normativa, vamos avaliar, mas no momento não há expectativa em relação a isso."

 

São Leopoldo planeja mutirão de atendimentos

Nem todas as cirurgias, porém, estão comprometidas no Hospital Centenário. De acordo com o secretário municipal de Saúde e com a presidente da fundação, pacientes oncológicos estão sendo atendidos e avaliados pelas equipes médicas.

“Nesse pacientes nós fazemos uma avaliação e operamos aqueles que não podem aguardar, o que é a maioria. Quem está à espera são aquelas pessoas que não dão sinais de gravidade e que o paciente consegue levar a comorbidade sem dores e sem alterações no cotidiano”, explicou Lilian Silva, que foi complementada pelo titular da Semsad, Marcel Frison: “Qualquer paciente que chega correndo risco de morte é atendido no Hospital Centenário, assim como outras situações de gravidade, também.”

Para dar conta desses pacientes que no momento aguardam por uma cirurgia eletiva, um mutirão poderá ser feito mais adiante. “Mais lá na frente, depois que a medicação equilibrar no mercado, vamos ter que fazer um mutirão para atender essa população”, alertou Lilian.

Segundo Frison, a abertura de uma sala cirúrgica pela Unisinos para estudantes poderá ajudar. “Com isso vamos ter uma agilidade maior e assim que retornar será algo rápido de superar”, acrescentou.

Para secretário, pandemia deve piorar mais

Se o retorno das cirurgias eletivas depende da redução dos casos de coronavírus na cidade, os pacientes que aguardam precisarão ter paciência. A expectativa para os próximos dias, segundo o secretário municipal de Saúde, não são nada boas. Isso porque recém saímos de um feriado, na quarta-feira, e teremos em duas semanas o Dia das Mães.

“Enquanto não parar as coisas a doença vai permanecer e tende se agravar. Ainda estamos esperando o reflexo da Páscoa para semana que vem. Enquanto não tiver isolamento social e vacinação em massa, vamos conviver com isso (pandemia) e lembrando que, a vacinação não surte efeito de imediato”, ressaltou.

Sapucaia e Esteio

As prefeituras de Sapucaia do Sul e Esteio também decidiram manter suspensas as cirurgias eletivas. Em Sapucaia do Sul, conforme nota da assessoria de imprensa, só à espera por cirurgias oftalmológicas existem 500 pessoas. São pacientes que já passaram por avaliação médica e foram diagnosticados com a necessidade de procedimento em instituições que atendem alta complexidade.

“Nossa referência para estes procedimentos são as cidades de Porto Alegre e Canoas onde também cancelaram esses procedimentos.” Sapucaia também suspendeu os exames essenciais como mamografias, eletrocardiogramas, colonoscopias e ecografias. Apesar disso, o agendamento para as consultas eletivas retornaram esta semana, mas segundo a Secretaria Municipal de Saúde, “ainda levará algum tempo para colocar a demanda em dia. A gestão estuda parceria com entidades privadas para atender estas consultas, diminuindo a espera dos usuários”.

Em Esteio, 500 pessoas seguem na fila à espera por uma consulta com o cirurgião, mas, de acordo com a Secretaria de Saúde, esses pacientes ainda passarão por avaliação e nem todas serão encaminhas para procedimento cirúrgico. A fila de espera pelas cirurgias eletivas na cidade tem 30 pessoas.

O que diz o Estado

Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria Estadual da Saúde informou que ainda está avaliando a situação e que mantém a suspensão até o final deste mês.

De acordo com a normativa do governo do Estado, "entende-se por cirurgia eletiva todos os casos possíveis de postergação de agendamento e que não tenham forte possibilidade de causar agravamento de enfermidade a curto prazo em termos de risco de vida e perda de função ou órgãos, que tenham possibilidade de agendamento prévio e que não constituem urgência ou emergência ou que não sejam decorrentes de atendimento a pacientes pós-Covid".


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