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Notícias | Região Agronegócio

Goiaba de Três Irmãos vai virar sabor de schimier

Aregião decidiu investir no plantio da paluma e o retorno não demorou muito para aparecer

Por Débora Ertel
Publicado em: 27.04.2021 às 07:00

Toda a produção tem venda garantida. Fruta é processada e transformada em doces como schimier e compota Foto: Renato Salomon/Secretaria de Turismo de Igrejinha

Há cerca de 15 anos, a localidade de Três Irmãos, que fica em Igrejinha nos limites com Três Coroas e Taquara, passou a investir na produção da goiaba da espécie paluma.

Foi uma decisão conjunta dos agricultores, mediada pela Associação dos Moradores de Três Irmãos (AMTI), com o apoio da prefeitura, Emater e da Cooperativa Piá.

Ocorre que a região sempre teve concentração de pés de goiaba silvestre. No entanto, a espécie não dava conta de atender a demanda da fruta que tinha a cooperativa na época.

Assim, a região decidiu investir no plantio da paluma e o retorno não demorou muito para aparecer, nascendo assim o Vale da Goiaba. Inclusive, quando se chega a Três Irmãos, há uma pedra, parecida com uma goiaba, que foi pintada e serve para identificar o local, dando boas-vindas aos visitantes.

Hoje, os agricultores têm 100% da colheita vendida e conquistaram mais dois clientes, embora a Piá ainda seja o maior deles. A safra, que começou na segunda quinzena de fevereiro, chegou ao fim na semana passada, com colheita de cerca de 215 toneladas.

Agora, a goiaba de Três Irmãos será processada e transformada em schimier, compotas e geleias. Além disso, há uma sorveteria da cidade que usa a fruta para produzir sorvete.

Festa da Goiaba

Em 2015, a goiaba também foi transformada em uma tração cultural de Três Irmãos com a criação da Festa da Goiaba, celebrada no mês de março, durante a época da colheita.

A última edição foi no ano passado, antes de começar a pandemia. Neste ano, como o evento não pôde ser realizado, a Secretaria Municipal de Turismo lançou um vídeo promocional sobre o Vale da Goiaba.

O secretário de Turismo, Juliano Müller, destaca que toda a organização da festa é planejada pelos agricultores, por meio da AMTI. O evento tem até uma concurso para escolha das soberanas. "A menina tem que ser da zona rural. Esse critério foi definido pela comunidade", conta Müller.

Para o secretário, o diferencial de Três Irmãos é que os produtores conseguem fazer o ciclo completo, que passa pelo plantio, colheita e comercialização do produto, culminando com um produto cultural, que é a festa.

"É aquele tipo de evento bacana do interior, onde se serve nas mesas o almoço e você encontra goiaba de todas as maneiras, uma verdadeira delícia", descreve.

Cláudio Schilling foi um dos mentores

Claudio Schilling Foto: Reprodução
O agricultor Claudio Schilling, 68 anos, foi um dos produtores que idealizou o Vale da Goiaba a partir da oportunidade de melhorar a produção.

Ele lembra que, por volta de 2006, os agricultores foram informados de que a cooperativa buscaria outros fornecedores, pois as goiabas silvestres não estavam dando conta da produção.

?Assim, em 2008 foram plantadas as primeiras remessas da paluma, projeto que vingou.

Schilling cultiva goiaba em quatro hectares, com produção entre 60 e 70 hectares. "A gente também trouxe mudas de Brotas, lá de São Paulo, com uma qualidade melhor", conta.

?De acordo com ele, a goiaba é o carro-chefe do Vale. No entanto, as famílias cultivam outras culturas ao longo do ano, como hortifrutigranjeiros, banana e morangos.

?Sobre as receitas feitas a partir da goiaba, Schilling destaca o sorvete, um dos produtos mais vendidos durante a Oktoberfest de Igrejinha.

 

Produtividade pode serainda maior na região

Colheita foi finalizada na semana passada atingindo a marca de 215 toneladas da fruta Foto: Divulgação
São 16 famílias que cultivam a goiaba na região, somando 30 hectares. Conforme a engenheira agrônoma da Emater Ana Lúcia Trentin, o Vale tem potencial para ter uma produtividade maior.

Uma das dificuldades enfrentadas é encontrar mão de obra para fazer a poda correta dos goiabais no inverno, manejo que faz a diferença no desenvolvimento da planta.

Segundo Ana, para lidar com a estiagem, os produtores avaliam a implantação de irrigação móvel. De acordo com ela, existe uma proposta da prefeitura de implantar uma agroindústria vegetal coletiva na antiga Escola de Rochedo. No espaço, além de processar a goiaba para a produção de doces, seria possível produzir suco, entre outros.

 

A fruta na região

Em toda a região, existem outros municípios que se destacam na produção de goiaba, segundo relatório de Emater de 2020, que leva em conta o que foi comercializado. Feliz vendeu 700 toneladas ano passado e Vale Real, 360. No Estado, em 2020, havia 218 hectares cultivados com a fruta, conforme a Emater.

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